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Marcos Valério é transferido para carceragem da PF de SP

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Suspeitas de participar de esquemas de fraude fiscal e corrupção, 17 pessoas foram presas nesta sexta-feira (10), em Minas Gerais e São Paulo, pela "Operação Avalanche" da Polícia Federal (PF). São empresários, advogados e policiais. Entre eles está Marcos Valério, acusado de ser o articulador do esquema do mensalão - pelo qual está sendo processado no Supremo Tribunal Federal (STF) -, e agora suspeito de ter intermediado uma negociação para corromper policiais federais e favorecer a Cervejaria Petrópolis, que produz a cerveja Itaipava. 
 

Valério agora é acusado de fazer parte de uma quadrilha envolvida em fraude fiscal, extorsão e corrupção. Ele foi detido em Belo Horizonte, e levado para a carceragem da PF em São Paulo na noite desta sexta-feira (10).

?Não tem nenhuma relação com o caso do mensalão. As pessoas receberam apenas as ordens de busca e apreensão. No caso de Marcos Valério, de prisão temporária de 15 dias, numa investigação que ocorre em São Paulo, cujo teor nós não sabemos?, disse o advogado de Valério, Marcelo Leonardo.

Além de Valério também foi preso Rogério Tolentino, sócio de Valério e também processado pelo esquema do mensalão, e ainda empresários, despachantes aduaneiros, advogados, dois policiais civis e três federais da ativa, e dois agentes aposentados.

Treze pessoas foram presas em São Paulo e quatro em Minas. A PF também cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, sendo 24 em São Paulo e oito em Minas.

Cervejaria nega contrato

A Cervejaria Petrópolis informou que não tem ?contrato de trabalho com Marcos Valério Fernandes de Souza?, que não teve acesso ao inquérito, mas que está à disposição para esclarecimentos.

Segundo a investigação da PF, o grupo agia em três frentes diferentes.

No Centro de São Paulo, um policial civil, um agente federal e um empresário descobriam empresas que deviam impostos e exigiam dinheiro para impedir fiscalizações.

 Em Santos, empresários, advogados e policiais criavam empresas de fachada para fraudar importações.

A terceira frente foi uma tentativa de intimidação contra fiscais. E foi nela que surgiu o nome de Marcos Valério. A Cervejaria Petrópolis, no interior de São Paulo, foi multada em mais de R$ 100 milhões por fiscais do estado. A quadrilha teria tentado desmoralizar os responsáveis pela autuação da empresa, convencendo delegados a abrir inquérito contra eles.

Segundo a polícia, o objetivo seria facilitar o cancelamento da multa. Marcos Valério atuaria como conselheiro da cervejaria. ?Eu não poderia dizer ?o cabeça?. Ele faz a ligação entre a empresa, advogados e policiais?, afirmou o superintendente da PF-SP, Leandro Daiello Coimbra.

Durante as buscas, além de documentos e computadores, foram apreendidos R$ 500 mil. O dinheiro estava na casa de um dos advogados presos em Belo Horizonte. Neste fim de semana, a PF espera que Marcos Valério e o restante da quadrilha revelem mais informações sobre as ações criminosas.
 
Fonte: G1

 

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