“O Ministério Público pediu a reconstituição (do crime) e depois desistiu e ninguém sabe o motivo porque não quer buscar a verdade, está escondendo, porque a reconstituição é que vai dizer como foi a trajetória da bala, vai dar o laudo. Essa história de convencido para a área pericial, não tem essa história não, por isso é que tem que comprovar. O laudo pericial está viciado, está errado. Onde já se viu um tiro de entrada ser maior do que tiro de saída? Que laudo é esse? Então a gente tem que provar isso, tem que fazer a reconstituição, porque tiro de entrada é menor do que o de saída e o laudo diz que a entrada é maior do que a saída”.
O capitão da Polícia Militar Allison Wattson é acusado de matar a ex-namorada Camila Abreu e ocultar o cadáver em outubro de 2017. Ele é réu no processo pela morte da estudante e está preso. “O capitão Allison quando prestou depoimento à polícia foi firme como continua sendo até hoje. Ele não atirou, essa (de que ele atirou) foi a versão que construíram, que passaram para vocês, não é a da polícia. E está nos autos, o tiro foi acidental, não foi com a intenção, foi apenas o momento que a Camilla Abreu pegou a arma dele, ameaçando ele, ameaçando atirar nele. Ela alcoolizada, com a arma em punho dentro do carro, consta nos autos, ele tentando desarmá-la e aconteceu o tiro. Ele é categórico, ele presta esse depoimento perante a autoridade policial e na audiência de instrução ele confirmou o que está nos autos. Não, ele não atirou sem querer, não tem essa história de que ele atirou sem querer, o tiro foi acidental”, afirma. Segundo o advogado, em entrevista ao Jornal do Piauí, consta nos autos que Camilla admitiu a Allison antes de morrer, que o tinha traído, que lhe pediu perdão e que estava tentando reatar com ele. “Ela disse: olha, você sabe que eu te traí, você sabe que eu transei com seus amigos’, nesse sentido. Eu estou contando o que consta nos autos. Se está nos autos, está no mundo e eu posso falar”, disse sem nenhum receio de que as declarações possam afetar a memória da estudante morta. Pitágoras Veloso garantiu que o desequilíbrio emocional que tomou conta do capitão fez com com que ele ocultasse o cadáver e tentasse trocar o banco do carro onde o tiro aconteceu, que ficou coberto de sangue. Além disso, confirmou que o capitão tentou trocar a arma que matou Camila no comando onde era lotado, justamente após a morte da estudante, porque é um procedimento natural em determinados períodos na polícia e não como uma tentativa de forjar provas. “O Allison naquele momento, perdeu o equilíbrio. Ele ficou desnorteado. Ele disse que nem sabia o que estava fazendo, que perdeu toda a noção. É normal deles (policiais) fazerem essas trocas de tempos em tempos e ele viu a necessidade e chegou lá e disse que queria trocar. Naquele momento, ele perdeu a consciência, ele tentou vender o carro, trocar o banco, mas ele estava perturbado. Um homem em estado normal, não faria o que ele fez, ele deixou todos os rastros que iam chegar a ele”, disse. O pedido da quebra de sigilo do celular de Camila, ainda segundo Pitágoras, até hoje está inclusivo e não foi decidido pela juíza responsável pelo caso.Foto: Catarina Malheiros/Cidadeverde.com
Lyza Freitas redacao@cidadeverde.com