Delegado é preso por receber propina para permitir jogos de azar

O capitão Reginaldo Soares de Jesus, que respondia pela função de delegado no município de Nossa Senhora dos Remédios, foi preso na manhã desta quinta-feira (9) no seu posto de trabalho, distante 169 quilômetros ao norte de Teresina. A detenção foi solicitada pelo delegado regional de Esperantina, Kleydson Ferreira, que comanda o inquérito no qual Reginaldo é investigado por concussão. Quando delegado de Barras, o capitão da PM teria acobertado um esquema de jogos de azar, recebendo até R$ 3 mil mensais de propina.   Kleydson informou ao Cidadeverde.com que, mesmo afastado das funções em Barras, o capital Reginaldo estaria interferindo nas investigações ao combinar e até coagir testemunhas que iam depor no inquérito. "Nós percebemos que algumas pessoas estavam sendo orientadas nos depoimentos, e isso estava de certa forma embaralhando as investigações", declarou. O policial militar foi trazido para Teresina, e ficará detido no 1º Batalhão da PM.   Reginaldo foi afastado em Barras no início de dezembro, e transferido para Nossa Senhora dos Remédios, onde não existem indícios de que o esquema também tenha sido implantado. O inquérito investiga a manutenção de 20 bancas de jogos de azar, como caça-níqueis e baralho, das quais o delegado receberia propinas semanais para não impedir o funcionamento dos pontos de jogo ilegais. Mensalmente, as propinas somariam de R$ 2 a R$ 3 mil.   A prisão preventiva de Reginaldo foi decretada pela juíza de Barras, e o cargo ficou vago em Nossa Senhora dos Remédios até a nomeação de outra pessoa para a função de delegado. Agora, Kleydson tem 10 dias para concluir o inquérito e remetê-lo à Justiça. O delegado regional de Esperantina ainda investiga a participação de outras pessoas no esquema, inclusive outras autoridades policiais. "Infelizmente, essa é uma prática bastante comum em cidades do interior", disse Kleydson, relembrando casos recentes em São Paulo e Santa Catarina, com esquemas milionários.   Histórico de problemasQuando delegado em Barras, o capitão Reginaldo Soares ainda se envolveu em confusão com um médico, ao qual teria agredido. O incidente teve repercussão na cidade e ocorreu antes das investigações do esquema de propina.   Fábio Limafabiolima@cidadeverde.com
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