Custo elevado da bateria emperra produção de carro elétrico no Brasil

Estrelas no Salão do Automóvel, os carros elétricos ainda têm um obstáculo importante a vencer para tornar viável sua produção: o alto custo de suas baterias. Todas as montadoras desenvolvem hoje projetos (dentro e fora do país) e investem em carros com tecnologias menos agressivas ao ambiente, como a do carro 100% elétrico e a dos híbridos, que combinam motor a combustão (gasolina ou diesel) e elétrico. São os chamados "carros verdes", que, além de economizarem combustível, emitem entre 80% e 90% menos poluentes do que os modelos convencionais. No Salão do Automóvel, 22 veículos híbridos e elétricos, de um total de 450, estão em exibição até o dia 7, no Anhembi, em São Paulo. Na semana passada, a Ford deu ao presidente Lula o primeiro híbrido que venderá no país --ele será incorporado à frota da Presidência e usado nos próximos quatro anos por Dilma Rousseff. Componentes carosFabricadas principalmente na China, as baterias são o componente mais caro dos carros elétricos. Chegam a atingir entre 50% e 70% do preço total do veículo. Isso significa que, se o carro custar R$ 50 mil, só a bateria sairia por R$ 35 mil. Incluído o Imposto de Importação (35%), o componente fica ainda mais caro. A tecnologia mais usada atualmente nas baterias dos veículos elétricos é a de íon de lítio, de alto custo. Celulares e computadores são exemplos de aparelhos que usam células de baterias desse material. Por serem produzidas em larga escala, os preços foram reduzidos. No Brasil, a Mitsubishi anunciou que quer produzir o MiEV, carro elétrico da marca, a partir de 2013. A Fiat também montou 50 unidades do Palio Weekend elétrico para testes, em parceria com a suíça KWO e Itaipu. Mas fabricantes e especialistas acreditam que a versão nacional de um carro elétrico economicamente viável só será possível em dez anos. A estimativa do setor automotivo é que entre 10% e 25% de todos os veículos que serão vendidos no mundo em 2020 sejam movidos à eletricidade. Há previsões de que, em 2050, serão 40% da frota mundial. Desses 22 modelos "ecologicamente corretos", 5 estão mais perto dos consumidores brasileiros. O primeiro modelo híbrido no país é o S400, importado pela Mercedes-Benz e vendido no Brasil por aproximadamente R$ 450 mil. Fonte: Folha