Arte santeira inspira o surgimento de jovens artesãos em Teresina

A arte santeira tem inspirado cada vez mais o surgimento de novos artistas na Capital. Prova disso é mudança de vida de Maria da Conceição, que aos 28 anos decidiu se dedicar e aprender a produzir peças a base de madeira. Ela é aluna do Centro de Produção de Arte Santeira, no bairro Poti Velho, criado e mantido pela Prefeitura de Teresina.   “Eu vim conhecer o Centro e quando cheguei aqui e vi os trabalhos, as peças, meus olhos brilharam e eu disse para mim mesma que ia me dedicar e aprender. Quero trabalhar com isso para sempre”, afirma a jovem que se desloca todos os dias da comunidade Santa Teresa, na Zona Rural, até o local das aulas na Zona Norte da cidade.   Maria das Graças e cerca de outras 15 pessoas, com idade entre 17 e 68 anos, aprendem o ofício com a orientação de mestres como Dim, Valdir e outros. Discípulo do mestre Dezinho, Dim é um incentivador da arte santeira e diz sentir prazer ao ensinar as técnicas para quem realmente tem interesse em trabalhar na área.   “Nosso objetivo é formar novos artesãos e resgatar aqueles que já produziam e que tinham perdido o interesse. A criação desse Centro de Produção pela Prefeitura, através da Semest, foi muito importante tanto pelo lado da continuidade do saber dessa arte, como por proporcionar uma alternativa a jovens que poderiam estar expostos à violência e às drogas”, ressalta o mestre.   O Centro é administrado pela Secretaria Municipal de Economia Solidária e é a primeira escola de arte santeira de Teresina. Lá os alunos também aprender a fazer trabalhos em madeira sobre temas populares, nordestinos, folclore e restauração de peças.

  Valdir começou a trabalhar com esse tipo de arte aos 13 anos de idade. Hoje, com 48, garante que o amor pelo ofício só cresce. “Nossa intenção é garantir a continuidade e a divulgação da arte santeira em Teresina. Aprendi com o mestre Dim e hoje estou aqui para incentivar mais pessoas”, pontua.   Está em fase final no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o processo para tornar a arte santeira patrimônio cultural imaterial. Técnicas do instituto já estiveram em Teresina para realizar a última coleta de dados e entregar o parecer ao Conselho Consultivo, que é o responsável pela decisão final.   “Esse reconhecimento do Iphan vai ajudar a valorizar a nossa arte e fortalecer ainda mais os artesãos que estão na ativa, além de estimular quem deseja em começar na área”, conclui o mestre Dim.   O curso é gratuito. Os interessados em participar podem se dirigir, de segunda a sexta-feira, das 8 às 13h, até o prédio que fica localizado na Alameda Mestre João Isidoro França, 484, bairro Poti Velho, zona Norte da capital, portando RG, CPF e comprovante de residência.

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