Professores de Teresina seguem em greve após vereadores manterem veto de prefeito a reajuste

Por Paula Sampaio e Breno Moreno

Atualizada às 13h30 

Após a manutenção do veto ao reajuste de 20,8%, os professores da rede municipal de ensino decidiram manter a greve. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), que acompanhou a votação e mantinha um acampamento em frente à CMT desde o dia anterior, houve uma grande articulação para que alguns vereadores mudassem de posição em relação ao aumento salarial para a categoria. 

“Aprovamos a continuidade da greve por conta dessa tramoia. Como é que na primeira votação tinha essa quantidade de 20 pessoas votando a favor dos 20,8% e na segunda só tinha nove? Sabemos, até porque passamos a noite aqui, vimos movimentações. Por conta dessa tramóia, decidimos votar a continuidade da greve, por unanimidade”, questionou Sinésio Soares, presidente do Sindserm. 

Na próxima segunda-feira (4), a CMT realizará uma audiência pública com a categoria, órgãos de controle e representantes do Executivo para discutir a questão do reajuste. “Teremos finalmente essa audiência pública para colocar essas informações a respeito das mentiras que a prefeitura coloca em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, a não ter recursos e improbidade”, destacou o sindicalista. 

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Os vereadores de Teresina mantiveram, na manhã desta quinta-feira (04), em uma sessão extra, veto ao reajuste de 20,8% aos professores da rede municipal enviado pelo prefeito Dr. Pessoa (Republicanos). A votação aconteceu com ampla presença e comoção de profissionais da área no plenário. 

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O placar no plenário contou com 21. Foram 12 votos a favor e nove contrários. 

Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

Na Comissão de Legislação de Justiça, o relator foi o vereador Evandro Hidd (PDT), que votou pela derrubada do veto. Já o vereador Deolindo Moura (PT), que faz parte da comissão e foi autor da emenda que elevou o valor do reajuste de 5% para 20,8%, se absteve do voto.

Com a manutenção do veto vai prevalecer o reajuste de 5% proposto pelo prefeito Dr. Pessoa, retroativo ao mês de janeiro, foi o que explicou o líder Antônio José Lira (Avante). 

“Essa emenda, que inclusive é inconstitucional, porque o Legislativo não pode gerar despesa para o Executivo, é vício de iniciativa. Então, o resultado de hoje foi exatamente votado aqueles que querem o melhor para o professor […] Teresina precisa pegar matérias de interesse da sociedade para fazer política assim. Foi assim que o professor foi prejudicado”, defendeu José Lira.

O resultado da votação foi alvo de fortes críticas de Deolindo Moura, autor da emenda. Nomes do PT, como o vereador Venâncio Cardoso (PT) e Elzuila Calisto (PT)  votaram pela manutenção do veto. 

“Eu quero entender como que alguém, na semana passada, votou favorável a um aumento de 20,8%. E hoje, votaram contrário aquilo que eles mesmos assinaram. Então, eu queria entender isso, inclusive, por parte dos meus pares da oposição. Porque, assim, isso não é algo natural. Você mudar em uma semana de forma sem que houvesse qualquer tipo de comunicação por parte da Prefeitura Municipal”, disse.