USP desenvolve método simples e rápido para diagnosticar dengue

Um novo método para diagnosticar a dengue evita a retirada de sangue para exame laboratorial e acelera o diagnóstico, detectando o vírus na saliva. A técnica é testada na rede pública de saúde de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.O avanço resulta do trabalho de pesquisadores da USP, que descobriram novo uso para um equipamento importado que faz diagnóstico da nova gripe. Ele identifica o vírus influenza A (H1N1) na saliva, sangue ou urina e mostra na tela do computador a carga da infecção. Mas também funciona perfeitamente no diagnóstico da dengue, só com saliva. “Acreditamos que, em breve, já poderá ser implementado caso o sistema de saúde requeira nossos serviços”, estima Hugo de Aquino, professor da USP.Quando um mosquito pica uma pessoa, o vírus entra na corrente sanguínea, busca uma célula, se multiplica e rapidamente se espalha pelo corpo. Mas a ação dos anticorpos só vai ocorrer entre o sete e dez dias depois de a pessoa ficar doente.O exame mais comum para o diagnóstico da dengue precisa de uma amostra de sangue para ser analisada em laboratório. O resultado pode demorar até dez dias. “Antes disso, a produção vai ser muito baixa, o teste não vai detectar e pode dar um resultado falso negativo”, explica a bioquímica Regina Camossato.No método novo, o vírus é identificado na saliva e não é preciso esperar pela reação dos anticorpos no sangue do paciente.O novo método de diagnóstico pode ser um reforço na luta que muitas cidades brasileiras travam contra a epidemia de dengue. Como o vírus é detectado logo depois de a pessoa ser contaminada, é possível começar o tratamento mais cedo.O resultado do exame pode sair em menos de três horas. “Tendo certeza daquele caso, você pode intervir mais precocemente e ficar mais atento às situações de risco a que a dengue expõe o paciente”, diz o pediatra Paulo Muccilo.Da Redaçãoredacao@cidadeverde.com