Fotos: Thiago Amaral/Cidadeverde.com
No terceiro dia de ocupação do prédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Teresina, em protesto contra o governo de Michel Temer (PMDB), os manifestantes estão organizando uma pauta de reivindicação com os técnicos do órgão. Junto disso, o grupo promove uma programação cultural durante toda a semana.
Na agenda, estão aulas de dança e teatro, exibição de filmes, oficinas e palestras abertas a toda a comunidade, que está sendo convidada a participar do movimento. Hoje pela manhã, foi ministrada aula sobre identidade cultural, aula de forró e à tarde haverá roda de conversa com o superintendente do órgão, Fábio Ferreira, sobre preservação do patrimônio histórico.
Em paralelo, o grupo a demanda dos ocupantes e dos funcionários que atuam em condições precárias. Um dos articuladores do movimento, o ator Francisco Pelé, diz que no órgão atuam nove técnicos concursados que têm mantido bom diálogo com o grupo de ocupantes. O objetivo é lutar por uma pauta comum, além de pedir a saída de Michel Temer no Governo Federal.
“Os técnicos reclamam principalmente pela questão da sede, que o Iphan hoje não possui e, por isso, funciona em um prédio doado pelo Dnocs [Departamento Nacional de Obras Contra as Secas]. O outro ponto é o grau de interferência dos superintendentes que possuem indicação política e, muitas vezes, tomam decisões técnicas muito importantes para a preservação patrimonial no estado. Os técnicos pedem uma melhor regulamentação dessa interferência”, disse Pelé.
Outro ponto analisado pelo manifestante e que tem causado desconforto aos funcionários é a criação da Secretaria Nacional de Preservação do Patrimônio Histórico. Os trabalhadores do Iphan temem que com isso o órgão seja extinto.
Fotos: Thiago Amaral/Cidadeverde.com
“Nós estamos aguardando as tomadas de decisões pelo Ministério da Cultura e pela Secretaria Nacional. No momento, não vamos opinar sobre o novo ministro da cultura. A informação de que nós temos é de que ele foi um bom gestor no Rio de Janeiro, mas ele está compactuando com o golpe.
Este é o terceiro dia de ocupação, que acontece em prédios sede do MinC em todos os estados brasileiros, por tempo indeterminado. O objetivo é a saída de Michel Temer do executivo nacional. Atores, professores, artistas plásticos, músicos, dançarinos e diversos outros artistas, no Brasil, participam do movimento.
Maria Romero e Carlienne Carpaso redacao@cidadeverde.com