Em vingança por roubo, comerciante é suspeito de matar mãe de ladrão

A Polícia Civil solicitou o pedido de prisão preventiva de um comerciante acusado de matar uma vendedora ambulante no bairro Vermelha, zona Sul de Teresina. O crime teria sido cometido por vingança contra o filho da vítima, suspeito de ter roubado o restaurante do acusado há quatro anos. O caso está causando revolta aos familiares da mulher, angustiados com o sentimento de impunidade.

O caso aconteceu há cerca de 30 dias na frente da residência da vendedora de bolos Maria José da Cruz Silva, 54 anos, que trabalhava há vários anos em uma banca no posto fiscal da tabuleta. Ela teria se desentendido com um vizinho, José Lázaro da Silva, conhecido como Zé do Facão, proprietário de um restaurante a poucos metros da sua casa. Na ocasião, ele teria efetuado pelo menos quatro tiros contra a mulher, que foi encaminhada às pressas ao Hospital de Urgência de Teresina.

A discussão teria sido motivada por uma ação cometida pelo filho de Maria, identificado apenas como Ronaldo, suspeito de ter cometido um furto ao restaurante de José Lázaro.  “Meu irmão não é uma pessoa que é do bem, é um ladrão, é usuário de droga e, no caso, ele roubou esse rapaz há uns 4 anos atrás. E esse rapaz achou de fazer o mal com  a minha mãe. Chegou, deu quatro tiros nela na porta da casa dela e aí está impune. Nunca foi preso, chegou a se apresentar na delegacia quando ela estava hospitalizada e até agora nunca finalizaram o caso”, lamenta o outro filho da vítima, Gilson Silva, em entrevista ao Jornal do Piauí.

Maria passou por pelo menos seis procedimentos cirúrgicos no HUT, mas acabou falecendo no último dia 23. O acusado chegou a ser ouvido por agentes do 4° Distrito Policial, mas como se apresentou com advogado e voluntariamente, não foi preso, o que atiçou ainda mais o sentimento de revolta da família. “Eu só quero justiça. Porque ninguém quer fazer nada com as suas próprias mãos e nem mandar”, reclama a mãe a vítima, a aposentada Maria da Cruz.

Apesar do sentimento de revolta, o delegado Paulo César Rodrigues pede calma e afirma que a justiça será feita. Ele destaca que um pedido de prisão preventiva já foi solicitado à justiça no qual José Lázaro é indiciado por homicídio qualificado e posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. “Ele se apresentou com o advogado, então não havia situação de flagrante e por isso, naquele momento, ele não foi preso. E normalmente aquela ideia de justiça vem com a prisão imediata, só que não foi possível por isso. Teve perseguição, mas não houve a prisão. Então como ele se apresentou, ele colaborou com a investigação, a gente não tinha motivo para solicitar, até aquele momento, a [prisão] preventiva. E foi concluído somente depois, que veio o óbito”, explica.

Os agentes do 4° Distrito Policial aguardam a decisão da justiça para darem cumprimento do pedido de prisão. Enquanto isso, o filho reforça o pedido da família. “A gente quer pedir é que as autoridades cuidem disso porque ele não matou um cachorro. Matou foi uma cidadã, uma mulher trabalhadora, que gostava de viver a vida e foi interrompida. O que a gente quer é justiça”, finaliza.

Diego Iglesias [Com informações do Jornal do Piauí] Redacao@cidadeverde.com