População trans terá respeito e acesso integral à saúde, diz gerente da Sasc

A população trans agora terá respeito e atendimento integral à saúde, afirma a Joseane Borges,  gerente de enfrentamento a homofobia da Secretaria Estadual da Assistência Social (Sasc), sobre a inauguração de um ambulatório exclusivo voltado para a população trans.  

O espaço está instalado dentro do Ambulatório Azul do  Hospital Getulio Vargas (HGV) e foi lançado nesta quarta-feira (29), dia Nacional de Visibilidade Trans.   

"Essa é uma vitória grandiosa para travestis e transexuais haja visto que essa população se esquiva de procurar pelos serviços de saúde por não terem um bom atendimento por profissionais especializados, inclusive agora taremos o nosso nome social e a nossa identidade de gênero respeitados".

Borges ressaltou que essa é uma "conquista do poder público e de toda a militância de travestis, transexuais, mulheres e homens trans". 

O Ambulatório de Saúde Integral da População Trans leva o nome da Makelly Castro, uma travesti que foi encontrada morta em julho de 2014 no Distrito Industrial de Teresina. Até hoje o caso segue na justiça.  

"A Makelly foi brutalmente assassinada por ser travesti. Sei que essa visibilidade lembra algo negativo, mas vamos levar esse nome na luta para mudar o rumo das trans para que tenhamos respeito e a nossa vida, sem agressões e violência", comentou Joseane. 

Atendimento

O HGV informou que o serviço conta com "uma equipe multidisciplinar formada por endocrinologista, ginecologista, urologista, psicólogo e assistente social.  O Ambulatório Trans do HGV vai realizar atendimentos de segunda a sexta-feira, a pacientes regulados das UBSs, encaminhados após consulta com um clínico geral". 

O diretor do HGV, Gilberto Albuquerque, ressaltou que a população trans terá esse atendimento especializado com orientação adequada, mas não funcionará em horário de plantão.  Ele funcionará com agendamentos e consultas na semana. O paciente ao se consultar em uma rede municipal precisa pedir o encaminhamento ao Ambulatório Trans do HGV. 

"Esses pacientes precisam de um atendimento multidisciplinar. Não é um único profissional capaz de cuidar dessa demanda. Ele  (consulta) será agendada como qualquer outra. Esse paciente procurará o serviço médico do município, recebe a ficha para marcar uma consulta direta pra esse serviço. Após isso, ele será atendido pela equipe com outros profissionais que terão de apoio, a partir da necessidade. Só será marcado pra esse serviço se ele se identificar como trans", comentou.   

Carlienne Carpaso carliene@cidadeverde.com