Fotos: Carlos Lustosa/ Cidadeverde.com

Atualizada às 9h30

O diretor administrativo do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Kleiton Holanda, acrescenta que há uma deficiência muito grande na estrutura do presídio. "A iluminação do interior da Irmão Guido é deficiente. Os militares foram reduzidos e os agentes, que já eram poucos, foram transferidos para a Casa de Detenção de Altos. Além disso, a empresa que estava fazendo reforma foi embora por falta de pagamento e deixou tudo pela metade. É uma situação vergonhosa", disse Holanda.

O buraco cavado pelos detentos, com cerca de 70 centímetros e três metros, dá acesso ao pátio da unidade e foi cavado apenas em um dia (de quinta para sexta-feira). O sindicato conta que na cela tinham 20 presos e os 11 que conseguiram escapar não tiveram dificuldades, pois a cerca elétrica funciona. 

Ele acrescenta que existe um grupo de inteligência da Secretaria de Justiça que deveria prevenir fugas, porém o mesmo estaria atuando de forma inadequada. "Já falamos com o secretário sobre esse problema, porque esse grupo só age quando as fugas aconteceram. Eles entram no presídio de madrugada, causando transtornos para os agentes e presos", reitera. 

O sindicalista afirma que, normalmente por plantão, haviam 12 agentes; atualmente só há oito e após a distribuição de funções burocráticas, apenas três ficam responsáveis pelos mais de 400 presos.

"É uma situação vexatória. Sabemos que há recursos para melhorar o sistema. Há muito tempo pedimos a realização de concurso para 600 agentes, mas nada é feito. Existe um grave problema de gestão. É preciso que as obras sejam retomadas, seja realizado o concurso e diminua superlotação", disse.

Altos

Kleiton Holanda afirma que a Casa de Detenção de Altos, cuja inauguração está marcada para a próxima segunda-feira (11), será aberta com um grande número de problema. "É uma unidade que não vai abrir com um contingente suficiente de agentes, sem vigilância eletrônica e cerca elétrica. É uma mistura de problemas", alerta. 

Mortes

Segundo informações do sindicato, a penitenciária Irmão Guido registrou em 2015, uma rebelião no início do ano, duas mortes por causas naturais e dois assassinatos. Em todo o sistema penintenciário do Piauí, de acordo com os agentes, foram seis mortes naturais e nove assassinatos.

 

Direção do presídio rebate números

O gerente da Irmão Guido, Fábio Keyller, rebate os números do sindicato e diz que em 2015 foram registradas apenas três fugas: Uma no Domingo de Páscoa; outra, mais recente, de um detento que trabalhava na cozinha, mas foi recapturado dois dias depois; a última na madrugada de hoje. Sobre mortes, ele contabiliza apenas duas por causas naturais (em janeiro e maio por problemas de úlcera e infarto, respcetivamente).

Keyller destaca ainda que a  fuga desta madrugada ocorreu entre 3h e 4h e admite que a cerca elétria estava desligada, mas o problema ocorreu devido uma pane  por conta das chuvas. 

"É público e notório que a Irmão Guido foi construída fora dos padrões. Os presos cavaram este buraco muito rapidamente. Anteontem foi feito uma vistoria e esse túnel não existia", disse. 

 

Atualizada às 8h50

O diretor da penitenciária Irmão Guido, Fábio Keyller, confirmou que fugiram 11 presos do pavilhão SPM Anexo, após cavarem um túnel que dava acesso a parte externa entre o muro e os pavilhões e usarem uma “teresa” (corda feita com lençóis) para escalar o muro e ter acesso ao lado de fora da penitenciária. 

“São presos perigosos que estavam cumprindo triagem (questão disciplinar) após causarem confusão em outros pavilhões. São acusados de tráficos, latrocínios, homicídios, roubos qualificados”, explicou o diretor de presídios que está identificando os fugitivos para divulgar as fotos. 

Atualizada às 8h29

Pelo menos 11 presos teriam fugido do pavilhão anexo na penitenciária Irmão Guido, localizada na BR-316, nesta madrugada.  Agentes penitenciários encontraram um túnel em uma das celas. 

O diretor de presídios Fagner Martins disse que estão apurando a fuga, através da contagem de presos com ajuda da Polícia Militar. 

O diretor administrativo do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Kleiton Holanda, acredita que o número pode ser maior do que a contagem preliminar.  

No presídio havia 421 presos quando a capacidade era 324. O diretor não quis informar qual o nível de periculosidade dos presos deste pavilhão. 

Flash Carlos Lustosa
Redação Caroline Oliveira e Graciane Sousa
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