Após vistoria nos presídios do Estado, o diretor do Departamento Penitenciário Nacional, Renato Pinto, avaliou que o Piauí ainda está em uma "situação relativamente confortável" se comparado a outras unidades da federação. Ele alertou, entretanto, que o problema no Piauí não é apenas a falta de vagas, mas também dos últimos anos de gestão.
"A questão prisional é um dos graves problemas que o Brasil enfrenta. O Piauí tem uma situação relativamente confortável, com 1,4 preso por vaga. Em Pernambuco, são 3 para cada vaga. Mas aqui a situação tende a piorar se os gestores não fizerem nada. O Ministério da Justiça está olhando tudo isso com muita atenção e procurando formas, tanto do ponto de vista financeiro, como de aparelhamento e assistência técnica, para impulsionar o Piauí e torná-lo um exemplo de sistema", completou o diretor.
Renato Pinto também falou sobre as oportunidades de ressocialização dos presos. Ele ponderou que, por conta da superlotação, fica muito difícil implementar políticas de educação e trabalho e renda. "Não há, no Brasil, cadeia que torne uma pessoa melhor. Mas o Estado tem que dar condições para que a pessoa trabalhe e se qualifique. Ano passado conseguimos disponibilizar 19 mil vagas do Pronatec para ex-detentos, o que foi um grande avanço", analisou.
O secretário estadual de Justiça, Daniel Oliveira, ressaltou que o governo tem R$ 15 milhões disponíveis para investimento no sistema prisional. Além disso, o governador Wellington Dias (PT) garantiu ontem (26) os recursos necessários para criar dois novos pavilhões na Casa de Custódia. "Vamos dar início as obras", completou.
Daniel ressaltou que um dos graves problemas dos presídios é o dano causado pelos presos à estrutura. Os detentos quebram as paredes para retirar espetos de ferro que são usados como armas. "Na visita que fizemos ontem na obra da penitenciária de Altos identificamos que devem ser feitos alguns ajustes para evitar que a estrutura seja danificada, para solucionar essa questão", completou.
Jordana Cury
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