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Morte de criança com suspeita de maus-tratos faz um mês e mãe desabafa

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A dona de casa Maria da Cruz da Silva fez um desabafo um mês após a morte de sua filha, a pequena Ana Clara dos Santos, de um ano de idade. A mãe é suspeita de maus-tratos e responsabilizada pela morte da criança. O advogado da acusada, Mauro Walbert, destaca que o laudo pericial da exumação deverá ser juntado ao autos ainda nesta semana, quando será comprovado a inocência de sua cliente.

"Eu fiquei mal e chorei muito. Não sei porque não deixaram eu ir ao velório da minha filha. Fui presa, mas graças a Deus estou aqui para responder a qualquer coisa. Estou com minha consciência limpa, por que Deus sabe que eu não fiz isso, que eu jamais faria isso com minha filha", disse a mãe. 

Em entrevista ao Cidadeverde.com, Maria da Cruz disse que recebeu apoio da família e até das detentas do presídio feminino, durante os 12 dias em que ficou custodiada.

"As presas me davam conselhos e diziam que eu sairia da prisão. No dia em que fui solta, as presas gritavam: tem que sair, tem que sair. Esse momento foi uma emoção para mim".

A mãe ainda relembrou o último dia em que vi a pequena Ana Clara e contou que a saúde da filha começou a ficar instável cerca de dois meses antes da morte, quando as consultas médicas, ficaram frequentes. 

"A última vez que vi minha filha, ela estava cansada e com o coração acelerado. Minha irmã a levou ao médico e me disseram para levar os documentos para dar entrada no HUT. Quando cheguei no hospital me acusaram de maus-tratos. Fui presa e de lá para cá só foi sofrimento. Ela ficou cerca de 60 dias dando febre. Levava ao médico e eles passavam apenas dipirona e injeção. Fiz exames de sangue e de fezes que apontou infecção. Os médicos passavam remédios, mas a menina ficava do mesmo jeito. Disseram que a febre era normal e podia ser por causa dos dentes", relembra. 

Advogado diz que vai provar inocência e responsabilizar culpados

O advogado da acusada, Mauro Walbert, ressalta que extraoficialmente já foi comprovado a inocência de sua cliente e que a criança teria tido morte natural. Ele reforça que aguarda apenas a conclusão do laudo pericial da exumação para responsabilizar os culpados pela situação de constrangimento à dona de casa. 

"Vamos provar a inocencia da Maria da Cruz e falta muito pouco para isso. Iremos buscar todos aqueles que contribuíram  de forma negativa para a situação de constrangimento que a dona Maria da  Cruz passou. Essa busca é por responsabilidade. Alguém vai ter que responder por isso", reitera. 

Ele acredita ainda que o desconhecimento do quadro clínico da criança- que já vinha apresentando febre há dois meses- foi o que teria levado a médica a suspeitar de maus tratos. 

"A médica avaliou como maus-tratos tendo em vista a gravidade do problema que não vinha sendo sanado de forma definitiva, somente paliativa e no momento em que ela pegou a criança, avaliou desta forma. A menina não apresentava manchas no corpo ou estava abaixo do peso. Era a primeira vez que essa médica viu a criança e não sabia do seu histórico clínico". 

Mauro Walbert ressalta ainda que a verdadeira causa da morte da pequena Ana Clara dos Santos será comprovada na próxima semana. 

"No dia da exumação, o próprio perito deu indícios de que a menina teria tido morte natural. As guias de consultas clínicas, o cartão de vacinação,a compra de medicamentos foram essenciais para saber que a criança estava sendo acompanhada e foi importante para conseguirmos a soltura da mãe. Ela deverá ser indenizada pelos danos morais advindos de constrangimento. Seja contra o Estado, médicos ou prefeitura, alguém terá que ser responsabilizado", finaliza Mauro Walbert. 

 

Graciane Sousa
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