Cidadeverde.com

Família de menino morto no Alemão volta ao PI e faz ato em Copacabana

Imprimir

A família do garoto Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto em sua casa no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, em 2 de abril deste ano, está voltando para o Piauí. A mãe do garoto, a diarista Teresinha Maria de Jesus, desembarca em Teresina no próximo dia 14, com duas filhas, o genro e o neto, irá para a cidade de Corrente no dia seguinte. 

 

 

Teresinha conta que está recebendo ajuda dos governos do Rio de Janeiro e do Piauí para a viagem, e comprou as passagens com o próprio dinheiro. “O governo daqui está cumprindo com o que comprometeu. Está me dando assistência, levando onde preciso ir e resolvendo as minhas coisas de forma rápida. No Piauí, estão disponibilizando dois carros para levar a gente e as minhas coisas (para Corrente)”, descreve. O governo fluminense já pagou uma indenização à família.

Deixar o Rio de Janeiro, após 18 anos, não está sendo fácil, segundo Teresinha, mas é a decisão mais acertada. “Eu gosto daqui. Não queria ir porque não estou indo embora feliz. Gosto, porque é bom para trabalhar. Nunca fiquei desempregada, comprava as minhas coisas, ajudava meus filhos. Mas infelizmente, não posso mais continuar aqui. Foi aqui que ganhei meu filho e o perdi. Por isso não tenho mais vontade, pois tenho medo de perder outro filho”, conta a diarista, que além de Eduardo, tem mais duas filhas no Rio e outro em Cristalândia (PI). 

Outro motivo é a ameaça por parte de policiais. “Desde a morte do meu filho, sempre fomos ameaçados. Não podíamos mais voltar (para o Alemão). Está muito perigoso para mim e para as minhas filhas, mas não vou me calar. Estou indo para o Piauí, mas não vou esquecer. Deixar o Rio, pra mim é difícil porque eu tinha uma rotina, trabalhava, levava meu filho ao colégio; hoje não tenho casa, nem endereço, a minha rotina mudou”, descreve. 

Investigação
Teresinha conta ainda que amanhã (9) irá se informar de como andam as investigações sobre a morte de seu filho. “Já deviam ter terminado. Fiz o teste de DNA recentemente para comparar com a amostra de massa encefálica que foi encontrada na minha sala. Os policiais disseram que houve troca de tiro com bandido, mas não houve. Na quarta-feira (passada), reconheci os policiais que estiveram lá e fui direto no assassino. Está tudo indo rápido”, afirma. 

A doméstica afirma ainda que acredita que o autor do tiro que matou Eduardo será punido. “A justiça divina não falha e deus vai pesar a mão nele. Na justiça da terra eu também acredito. O que eu puder fazer, vou fazer. Quero esse assassino atrás das grades. Antes de ir embora, vou fazer uma passeata em Copacabana, outro vídeo pedindo justiça e, no que depender de mim, se eu pudesse, eu condenaria a 200 anos de prisão”, desabafa. 

Apoio
A mãe de Eduardo diz que está mantendo contato com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Pezão, a quem fez um pedido especial. “Eu mandei uma mensagem agradecendo pela ajuda e ele me mandou outra, dizendo que apoiaria no que eu precisasse. Eu preciso. Quero que o nome do meu filho seja dado a algo aqui no Rio de Janeiro, uma estação BRT, colégio, posto de saúde ou Clínica da Familia, para o povo daqui não esquecer do meu filho”, pede.

 

Carlos Lustosa Filho
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais