A Polícia Civil do Piauí divulgou nesta quinta-feira(16) a conclusão do inquérito envolvendo a queda do avião em Assunção do Piauí (a 281 km de Teresina) no mês de abril. Na ocasião, o piloto Antenor Pedreira morreu e a maior parte da droga foi incinerada, antes que a aeronave chegasse à pista de pouso clandestina que já havia sendo monitorada há cerca de quatro meses antes. 

O delegado Gustavo Jung informou que está aguardando uma decisão do juiz de São Miguel do Tapuio que deve autorizar a destruição da pista, o que deve ocorrer nos próximos dias.  

“A região é cheia de vales e morros de difícil acesso. Nós já tínhamos informações que essa pista estava sendo construída e já estávamos investigando”, destacou o delegado. 

O delegado Matheus Zanatta, que também participou do inquérito, disse que um dos papeis da polícia foi comprovar a relação entre os acusados presos no acampamento, já que a defesa argumentava que eles se conheciam ou mantinham relações entre si. 

“Nos vídeos que conseguimos é possível ver o Cleber e o Tiago (integrantes da quadrilha), em um supermercado em Fortaleza, no dia 10 de abril. No momento da prisão, no dia 11, eles estavam com as mesmas roupas. Também encontramos uma nota fiscal do supermercado e um e-mail através do qual chegamos a uma loja em Teresina que vendia tanques para combustível de avião que foram encontrados na Amarok do bando”, destacou o delegado Zanatta. 

A quadrilha foi presa algumas horas após a queda a aeronave enquanto se deslocavam ao local do acidente para tentar recuperar a droga. De acordo com o coordenador da Delegacia Especializada a Repressão a Entorpecentes (Depre), delegado Menandro Pedro, no avião tinha cerca de 300 quilos de drogas, mas apenas 22 quilos não foram incinerados na queda. 

Indiciados 

Os seis suspeitos foram indiciados por tráfico e associação para o tráfico e já tinham outras prisões: 

- Cleber dos Santos, considerado o líder da quadrilha, já tinha passagem por roubo e falsificação de moeda no Paraná. 
- Robson Daivid – indiciado por tráfico de drogas em Minas Gerais
- Tiago Costa – tinha passagem pela Polícia Federal e Civil nos estados de São Paulo e Ceará
- Vagner da Silva – preso em Roraima 
- Ronaldo Torres – preso no Ceará  

A quadrilha usava um carro pipa para transportar a droga que estavam acondicionadas em balões de aniversário e seria distribuída em cidades do Piauí, mas a maior parte iria para o Ceará. 

“Eles aproveitavam a seca da região para usar o carro pipa, porque dificilmente a fiscalização encontraria a droga no meio da água e assim atravessariam facilmente os estados”, explicou Gustavo Jung. 

A polícia não quis informar a quantidade de pistas clandestinas no estado, mas confirmou que já estão sendo monitoradas. 

 

Flash de Carlos Lustosa Filho
Redação Caroline Oliveira
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