Depois de assinada a criação do orçamento do Instituto de Águas do Piauí (Agespisa) no valor de R$ 10 milhões, o Sindicato dos Engenheiros reagiu à medida administrativa do governo. O orçamento foi assinado há três dias após a governadora em exercício Margarete Coelho (PP) assinar o decreto 16.124. Para os engenheiros, os valores alocados para abastecimento de água e esgotamento sanitário são considerados "insignificantes".

De acordo com o decreto, até o final do ano o orçamento do Instituto terá R$ 300 mil para manutenção de esgotamento sanitário e R$ 234 mil para abastecimento de água. Se os valores fossem distribuídos igualmente para cada uma dos 160 municípios atendidos pela Agespisa, corresponderiam a R$ 1.875 para esgotamento e R$1.462 para abastecimento. Para implantação de esgotamento sanitário serão R$ 1,1 milhão e R$ 948 milhões para implantação de obras de abastecimento de água.

Além disso, segundo o presidente do sindicato, Antonio Florentino Filho, o decreto governamental fere o artigo 42 da lei federal 4.320/64 que determina que "os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo". O engenheiro lembrou que há 12 anos, no governo anterior de Wellington Dias (PT), o Consórcio Coresa Sul teve orçamento de R$ 21 milhões e não teve nenhuma obra realizada.

"Esse orçamento é pífio e insignificante. Se é assim que o Estado quer mudar o saneamento do estado, lamentamos muito. Estamos assistindo a uma série de erros que irão prejudicar gravemente a população piauiense. O Estado deveria se preocupar em punir os maus gestores que contribuíram para que a Agespisa acumulasse uma dívida bilionária e fortalecê-la para melhorar os serviços de saneamento básico no Piauí. O Instituto de Águas não vai resolver o problema e uma possível terceirização será mais prejudicial ainda", afirmou Florentino Filho.

Da Redação
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