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28 anos do crime: na iminência de prescrever, advogado vai a júri por morte de deputado

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Atualizada às 10h55

Pontualmente às 9h, teve início a sessão de julgamento do acusado de mandar matar o deputado estadual Francisco Abraão Gomes de Oliveira, em 1989. Virgílio Bacelar de Carvalho está acompanhado do advogado Gilberto Ferreira que, no momento da escolha do júri, entrou em confronto com o promotor João Malato, representante do Ministério Público, responsável por oferecer a denúncia. 

A defesa do acusado, novamente, tentou adiar o julgamento alegando, entre outros argumentos, a ausência de testemunhas. O pedido foi indeferido pelo juiz   Antônio Nolleto, presidente da sessão. 

“A defesa vem fazendo isso há 17 anos, sempre recorre de tudo, pede adiamento. Só que como o processo está na iminência de prescrever, creio que eles não vão ser mais bem sucedidos e hoje vamos fazer Justiça. Se os jurados acolherem as provas que estão nos autos, com certeza, nós vamos condenar o réu e a Justiça será feita", afirmou João Malato.

Antes das 10h, o conselho de sentença já estava formado composto por sete homens.

O promotor explicou qual a acusação que pesa contra Virgílio Bacelar e detalhou como tudo aconteceu há quase 30 anos.

"A acusação contra o réu é dele ser mandante na morte do deputado Abraão Gomes em 1989, ou seja, há mais de 28 anos. As provas são robustas e inequívocas. Nos autos está claro que ele foi o mandante, contratou dois pistoleiros (Alcídes Neri e o Joaquim) para ceifarem a vida da vítima. Estamos pedindo a condenação por homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe- tendo se em vista que com a morte do deputado, ele teve lucros na disputa política que existia na época na cidade de Porto- e também pela qualificadora do recurso que impediu a defesa da vítima, que foi abatida enquanto estacionava o carro em frente à sua residência e foi abordada pelo pistoleiro Alcides Neri que disparou vários tiros de escopeta e de revólver calibre 38", disse o promotor. 

Alcídes Neri foi condenado pelo crime a 16 anos de reclusão. O outro acusado- identificado apenas como Joaquim- faleceu em um garimpo no Pará. 

"O réu já havia sido julgado no ano de 2000, mas o júri foi anulado. Ele procrastinou esse processo por mais de 17 anos. Não tenho notícias de que um processo tenha se arrastado por tantos anos como esse aqui. Mas tem um ditado: a Justiça tarda, mas não falha. Hoje, com certeza, espero que o corpo de jurado acate a tese da acusação, que o réu seja condenado e sirva de exemplo para a sociedade de Teresina", disse João Malato.

O filho da vítima, Carlos Gomes, também acredita que o suposto mandante será condenado. "Acreditamos na Justiça e não em fazer justiça com as próprias mãos. Acreditamos que esse réu foi o mandante do crime...temos certeza que foi ele e temos certeza que hoje os jurados vão ver o que está nos autos e vão condená-lo", disse.

Já o advogado de defesa, Gilberto Ferreira, crê que seu cliente será inocentado. 

"Não há nos autos nenhuma prova da participação dele no delito. O Alcídes, que supostamente teria ajudado a executar o fato, nega, ou seja, não há provas nem mesmo do próprio executor do crime. Além do mais, o Joaquim nunca foi localizado e nem o fusca", disse o advogado de defesa, Gilberto Ferreira.

A previsão de término do julgamento é para a tarde de hoje (24).

 

Flash de Graciane Sousa
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