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Santos entra com processo na Fifa contra Neymar e o Barcelona

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O Santos entrou com um processo na Fifa contra Neymar, o pai do atacante, a empresa do jogador e o Barcelona. O motivo é a polêmica transferência do craque do time catalão, feita há exatamente dois anos.

Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (29), o presidente do Peixe, Modesto Roma Júnior, chegou a chorar ao falar da idolatria do clube por Neymar, mas explicou que a ação é não só contra o Barcelona e a empresa do atacante, mas também contra o jogador.

"O Santos interpôs uma demanda arbitral perante a Fifa em face do Barcelona, do senhor Neymar da Silva Santos Júnior, Neymar da Silva Santos, Neymar Sports e Marketing Ltda", disse o dirigente.

"O Santos considera que o Barcelona, o Neymar e a empresa dele cometeram violações do contrato de transferência e reclama uma indenização dos prejuízos, mais juros", emendou Modesto, que se emocionou ao falar da idolatria que o clube tem pelo atacante.

Procurada, a assessoria de imprensa de Neymar disse que "ainda está tomando conhecimento dos fatos" e não quis se posicionar.

A nova diretoria, que assumiu em janeiro, entende que o Santos foi lesado e tem direito a um valor maior na negociação. O clube catalão disse inicialmente que havia pago cerca de € 57 milhões na compra do brasileiro, mas reconheceu posteriormente que o custo ultrapassou os € 86 milhões.

O Peixe teria recebido € 17 milhões, enquanto a empresa do pai de Neymar levou € 40 milhões. O valor total do negócio teria sido ocultado para que pudesse ser fragmentado em diversas parcelas. Calcula-se que essas irregularidades tenham evitado a arrecadação de € 13 milhões pelo Tesouro espanhol.

"Em 31 de maio de 2013, o Santos e os acima citados firmaram um contrato de transferência de cessão de direitos econômicos, por 17,1 milhões de euros, mais uma parcela de 2 milhões de euros, caso o jogador venha a ser finalista do prêmio Fifa de melhor do mundo. No entanto, face à investigação na Espanha, o Santos tomou conhecimento que os valores ascendiam a quantia de 83,371 milhões de euros. O contrato de transferência dispunha que qualquer disputa controvérsia ou pleito se resolveria na Câmara de Resolução de Disputas da Fifa, cuja decisão será suscetível ao tribunal do esporte. O Santos considera que o Barcelona, o Neymar e a empresa dele cometeram violações do contrato de transferência e reclama uma indenização dos prejuízos, mais juros", reforçou Modesto Roma Júnior.

"O Santos pretende obter indenização pelos danos causados. O Santos fará uso de todas as vias legais para salvaguarda de seus direitos através de seus advogados. Não estamos demandando contra o ídolo. Estamos demandando em prol do Santos. Não poderíamos nos omitir e não nos omitiremos em nada que seja a favor do Santos. Temos o Santos como sendo maior do que suas partes. Respeitamos a todos e as suas imagens, mas precisamos ressarcir os prejuízos causados ao clube. É a nossa posição nessa demanda que atinge todas as partes envolvidas no contrato", emendou o presidente santista.

Agora, a Corte Arbitral da Fifa, com 24 membros, juntará provas para analisar o caso e decidir quem está com a razão. Depois disso, quem perder deve recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), que, com três membros, voltará a juntar novos documentos e tem 20 dias para decidir, desta vez definitivamente, sem a possibilidade de que uma das partes recorra, quem ganhará a ação.

Entenda o caso

Quando Neymar foi vendido em 2013, o presidente do clube na época, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, estava de licença médica. A transferência foi assinada pelo vice, Odílio Ribeiro, que, pouco depois, veio a herdar o cargo de Laor, que renunciou à presidência.

Durante a gestão de Odílio Ribeiro, o Santos foi à Justiça paulista para pedir que o pai de Neymar apresentasse ao clube documentos da transação, mas a demanda foi rejeitada. O Grupo DIS, que detinha 40% dos direitos do atleta, também foi aos tribunais, no Brasil e na Espanha, para ter acesso aos papéis.

Em fevereiro, a empresa teve a seu favor uma decisão que obriga o agente Wagner Ribeiro a apresentar os documentos que tinha em sua posse. Por fim, a Teisa, fundo que era parceiro do Santos e proprietário de 5% dos direitos do atleta, também buscou a Justiça para ter acesso às informações da venda. O caso aguarda sentença e a expectativa é de que ela seja publicada até o final de julho.

Fonte: GloboEsporte.com

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