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Título a pastor Marco Feliciano causa polêmica e 13 entidades lançam nota

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A votação do título de cidadão teresinense ao pastor Marco Feliciano (PSC/SP) proposto pela Câmara dos Vereadores de Teresina está causando polêmica. Na sessão desta quinta-feira (26), os parlamentares iriam votar a proposta, mas devido à ausência do vereador Ricardo Bandeira, autor da ação, o título foi adiado.  

A proposta é de Ricardo Bandeira e sub escrita pelos vereadores pastor Levino, Tiago Vasconcelos, Celene Fernandes, Antônio Aguiar, Ananias Carvalho e Joninha. 

O vereador Ananias Carvalho (SDD) disse que vê com “naturalidade” a reação das entidades GLBT. “Marco Feliciano é um ferrenho defensor dos princípios da família e para nós a família é única e é composta por homem e mulher”, disse o vereador.

Ele ressaltou que o pastor é uma referência é um “pregador itinerante”. “Todos gostam dele e é uma voz atuante. Ele evangeliza não só em São Paulo, mas em todo o País, por isso acho justo o título de cidadão teresinense”. 

Em nota, 13 entidades divulgam mensagen de repúdio ao título a Marco Feliciano.

“É importante destacar que, em 2013, o mandato do pastor frente à presidência da Comissão Nacional de Direitos Humanos foi contestado por milhões de pessoas em todo o país, que foram às ruas se manifestarem pelo #FORAFELICIANO”, diz a nota.

A mensagem lembrou ainda que o pastor Feliciano foi denunciado em janeiro do ano passado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que considerou homofóbica a mensagem do deputado no microblog Twitter com a frase "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição". Mas como não existe crime de homofobia, o procurador enquadrou o ato como crime de discriminação, com pena de um a três anos de prisão.

“É inaceitável que tal título seja conferido ao pastor Marco Feliciano. Isso representa uma banalização do título e é uma afronta direta à dignidade de toda sociedade teresinense. Não podemos admitir que este título tão importante seja entregue a um sujeito cujo histórico está esteja repleto de atos atentatórios aos princípios constitucionais brasileiros e aos mais modernos dispositivos internacionais de direitos humanos”, diz a nota.
 
Nota é assinada por
:

Movimento Nacional RUA - JUVENTUDE ANTICAPITALISTA
Grupo Guaribas de Livre Orientação Sexual 
Grupo Astral LGBT 
Mopac LGBT
Rede Estadual de Assessoria Jurídica Universitária do Piauí - REAJUPI
Centro de Assessoria Jurídica Universitária de Teresina – CAJUINA/PI
Corpo de Assessoria Jurídica Estudantil da Universidade Estadual do Piauí-CORAJE
Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Comunitária Justiça e Atitude - NAJUC JA
Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis - GPTRANS
Articulação Piauiense de Travestis e Transexuais - APTTRA
Associação Nacional de Travestis e Transexuais - ANTRA
Igreja da Comunidade Metropolitana - ICM Teresina
Centro Acadêmico de Direito UESPI Torquato Neto - CAD UESPI

Atualizado às 14:00

Em entrevista ao Jornal do Piauí o representante do Movimento Nacional de Rua Glaudison Lima condenou a proposta e afirmou que o movimento deseja o arquivamento da proposição. "Fomos tomados de surpresa por conta das declarações discriminatórias que esse pastor já fez à frente da Comissão dos Direitos Humanos na Câmara dos Deputados. Fizemos uma nota de repúdio junto com outros movimentos e vamos acompanhar esse processo, pedindo que ele seja arquivado porque ele não tem razão de existir", afirmou.

O manifestante afirmou ainda que a proposta é resultado da ascensão de uma bancada cada vez mais conservadora na Câmara dos Vereadores de Teresina.

Flash Yala Sena
[email protected]

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