O médico reumatologista José Tupinambá explicou os benefícios da cloroquina no tratamento de pacientes internados com a Covid-19 ressaltando que os estudos clínicos ainda são iniciais. Em entrevista ao Notícia da Manhã desta sexta-feira (3), ele condenou a automedicação e elencou quais são os resultados do uso da medicação no ambiente hospitalar.
“Novos estudos são necessários para responder as seguintes questões: primeiro, se encurta a internação?. Segundo, se diminui as chances do paciente necessitar de ventilação mecânica?. Terceira, estando o paciente em ventilação mecânica, se encurta o tempo de ventilação mecânica?. E por último, e mais importante, se reduz o número de óbitos?", diz o médico.
Tupinambá lembra que a cloroquina é um grupo de fármacos já conhecidos da medicina e usados na prevenção e tratamento de doenças autoimunes como artrite reumatóide, lúpus, malária e também em infecções atípicas. As mais conhecidas são o difosfato de cloroquina e a hidroxicloroquina, sendo essa última melhor tolerada.
Segurança
O médico informa que os ensaios clínicos para a eficiência da medicação no combate à Covid-19 ainda são feitos em pequena escala. Trabalhos na França apontam cura virológica expressiva da cloroquina associada com a azitromicina mas existem outros estudos. “Os resultados da maioria dos trabalhos são animadores”, diz.
“Todo fármaco tem duas faces, de um lado a eficácia, do outro lado é a segurança. Existem vários trabalhos mostrando a eficácia da cloroquina e seus variantes, principalmente a hidroxicloroquina, na Covid-19”, afirmou
Automedicação é perigosa
José Tupinambá explica que o uso da hidroxicloroquina deve ser feito com prescrição e supervisão médica.
“A automedicação é desaconselhável e perigosa porque os pacientes não são capazes de reconhecer os efeitos adversos principalmente nas doses que são usados na Covid-19 que são doses um pouco mais elevadas”.
Valmir Macêdo
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