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Lacen fará pela 1ª vez mapeamento genético para detectar variantes no Piauí

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Foto: Ascom/Sesapi

A Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) anunciou nesta sexta-feira (1), que o Laboratório Central, o Lacen, vai passar a fazer o sequenciamento genético e a vigilância molecular para detectar variantes do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Os exames atualmente são feitos em apenas três laboratórios do país. Por mês, o Piauí terá capacidade de sequenciar até 96 amostras.

“As análises serão feitas em lotes de 96 amostras. Antes, eram 40 amostras por mês que o ministério dispunha pra gente sequenciar fora. Em um único mês nós vamos cobrir 4 semanas epidemiológicas. Elas são sequenciadas de uma vez só”, explica o doutor em Biotecnologia e coordenador do Laboratório de Biologia Molecular do Lacen, Adelino Soares.

Segundo ele, com todo o processo concluído, em apenas 15 dias o Lacen terá condições de dar a resposta sobre o sequenciamento. “Hoje é praticamente um mês. A gente entra numa fila mandando para outros estados", afirma.

De acordo com a Sesapi, a equipe já foi treinada para usar o equipamento que só existia nos laboratórios da Fiocruz dos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco. O trabalho é uma parceira da Fiocruz, Sesapi, Lacen e Ciaten (Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados)

Segundo o Coordenador de Vigilância Molecular da Rede Genoma da Fiocruz e pesquisador da Fiocruz/PI, Vladimir Costa, a metodologia vai oferecer ampla cobertura de todo o genoma do vírus. 

“O equipamento é um sequenciador de última geração e vai permitir resultados mais rápidos por ser feito aqui no Piauí. Antes mandávamos os exames para os estados do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco e os resultados demoravam muito. A celeridade vai permitir nortear as ações do poder público estadual e municipal”, explica. 

Para o secretário de saúde, Florentino Neto, durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, surgiu a necessidade de estudar o genoma do SarsCoV-2, causador da Covid-19. 

“Mas o acompanhamento de suas mutações genéticas era limitado para o Piauí porque não tínhamos o equipamento para fazer o sequenciamento. A partir de agora, vamos dispor dessa ferramenta que pode nortear com mais rapidez nossas ações enquanto gestores no combate à pandemia”, explica Florentino.

Recentemente, o Piauí precisou analisar 100 amostras para detectar se a variante Delta do coronavírus estava circulando no estado. Todos os exames deram negativo. As amostras foram encaminhadas ao laboratório da Fiocruz em Pernambuco, depois de constatada alteração na carga viral dos pacientes infectados pelo coronavírus, em exames RT/PCR. 

Atualmente são reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde as variantes Alpha (B.1.1.7), Beta (B.1.135), Gamma (P.1) e Delta (B.1.617.2). A classificação das linhagens é dinâmica e estas podem ser alteradas futuramente mediante a uma nova versão do sistema de classificação.

Hérlon Moraes (Com informações da Sesapi)
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