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AVISO: A coluna entra em brevíssimo recesso neste final de ano para respirar e se informar, não necessariamente nessa ordem. Teresmos edições normais diárias (de segunda a sexta-feira) a partir do dia 02/01. O arquivo de colunas publicadas durante o ano também é uma boa companhia. Aproveitem!
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Coluna 18/12/23
Pontos fortes e fracos de Sílvio Mendes e Fábio Novo
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Pontos fortes 1
Um ponto forte da campanha de Fábio Novo em Teresina é que o petista é apoiado por um grupo que exala popularidade, capitaneado pelo governador Rafael Fonteles, o que também lhe oferece um discurso positivo onde se ancorar na mente do eleitor. Todos se perguntam sobre como será a campanha, efetivamente, quando o Governo mostrar a força de mobilização e mapeamento que tem?
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Pontos fracos 2
Um ponto fraco também é esse: os “sobes e desces” da pré-campanha de Novo se baseiam nos movimentos do governador, na visão de interlocutores da política que apoiam o próprio Fábio. É sobre autonomia de decisão. Há ainda a resistência de setores mais conservadores da sociedade, como alas evangélicas, que preferem Sílvio e o desafio de construir uma imagem que vá além do PT tradicional, raiz, para algo mais cosmopolita e etéreo, direcionado ao crítico eleitor da capital: um PT sem PT, só que sem perder a autenticidade. Difícil? Um pouco.
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Pontos fortes 3
Já na pré-campanha de Sílvio Mendes, o ponto forte é ele mesmo: o discurso da experiência, de quem pode dizer “eu já fiz, foi bom, entreguei isso e a população aprovou”, por conta do histórico de ter sido prefeito duas vezes e sua relação (mesmo que posteriormente estremecida) com o ex-prefeito Firmino Filho, ainda tido como o maior líder de Teresina. A resiliência de uma imagem sólida e, acima disso, a compreensão de, por recortes de renda e escolaridade, o eleitor do Piauí é um e o de Teresina é outro (o que beneficia Sílvio).
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Pontos fracos 4
O ponto fraco do ex-prefeito é também ele próprio: ter apoiado Jair Bolsonaro na última eleição (pouco popular no estado) e as arestas com o mundo político, que apontam seu duro trato um empecilho para a construção de um grupo mais coeso. Falas polêmicas da última eleição, serão claramente maximizadas durante a campanha, o que traz uma sombra de desgaste. A idade, que é um símbolo de experiência para muitos, também é apontada pelos adversários como um empecilho para comandar a gestão de uma capital em um momento que parece ser de desafios, especialmente nas finanças.
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Nós ou Eles: só um lado vencerá
Não se ganham eleições com flores. As massas estão sujeitas a um tipo específico de mensagem, desde o tempo do Império Romano até hoje: “Nós somos bons, eles são maus, vamos destruí-los”. O general Quintus Tullius Cicero, em seu “Como ganhar a eleição”, direciona ao irmão Marcus Tullius Cicero (tido como o maior orador romano), conselhos inestimáveis na ocasião em que este se candidatou a cônsul, posto máximo romano em 64 a.C.
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Pérolas
Por exemplo, alguns dos mais atemporais conselhos de Quintus Tullius Cicero, que sobreviveu aos séculos por conta da aguçada noção de como se ganham eleições, seja onde e em que período for:
- Não saia da cidade: não há dia livre para um candidato que leve a eleição à sério. É preciso estar na cidade, fazendo corpo a corpo e puxando o saco dos eleitores abertamente: olhando nos olhos e dizendo o quanto eles são importantes. Quando vencer, você tira férias.
- Prometa tudo a todos: aos conservadores, diga que sempre defendeu os valores tradicionais. Aos progressistas, mostre que repetidamente apoiou seus valores. Depois de vencer, você pode explicar que gostaria de ajudar todo mundo, mas circunstâncias fora da sua alçada lhe impedem, infelizmente.
- Cobre todos os favores: Delicadamente (ou não), lembre a todos que você os ajudou e eles devem a você. Se precisar de alguém que não lhe deve nada, deixe claro que você se tornará devedor dessa pessoa e no futuro poderá retribuir quando eles precisarem.
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Só as aparências importam
A coluna é uma grande fã de Nicolau Maquiavel, o leitor deve ter notado. E Maquiavel nos concede uma lição que muitos, até agora, relutam em entender: o “parecer ser” prevalece sobre o “ser”. O líder deve ser analisado sempre sobre a condição do que aparece por suas qualidade e defeitos, jamais por sua condição existencial. Moisés foi libertador, Alexandre Magno, um general, etc.
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Jogo das aparências
Parecer ser algo, pode ser um disfarce, uma simulação, dissimulação ou o verdadeiro caráter íntimo do governante, não importa: as pessoas apreendem o ser de alguém pela forma como ele aparece. Claro que os critérios como somos apreendidos pelos outros são voláteis: alguém pode parecer virtuoso para uns e criminoso para outros (vide a polarização Lula e Bolsonaro). Como resolver? Cabe ao líder, na sua expressão e comunicação, orientar as formas como os outros o julgarão. Nem só artificial, nem só espontaneidade. Ponto final.
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Se conselho fosse bom
Se muitas pessoas gostam de você, você é uma celebridade. Se muitas pessoas confiam em você, bom, aí você é uma autoridade. São tipos diferentes de poder, mas no final, quem tem poder está sempre certo, o mais fraco sempre está errado - sempre foi, é e será assim. Quem fica por último no campo de batalha, narra o que ocorreu. Isso quer dizer que não importa o que aconteça no começo e no meio, a história é ditada por quem vence no final.
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Cifrada da Cobiça
Uma robusta e cobiçada pasta municipal está sendo alvo da atenção especial de vereadores em Teresina. Os que pedem a troca do cabeça da pasta, apontam que o gestor entrou como indicado oculto de um parlamentar, hoje distante da PMT. Ele, no entanto, manteve-se na função pois, querido pelos colegas, conseguiu um novo e forte padrinho de cima. Agora, tudo está por um fio. Recursos assegurados não chegaram até agora e a eleição de 2024 está bem aí. Amigos, amigos, secretarias e superintendências à parte – já dizia o ditado!
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Foto do dia
O mundo da política no Piauí divide-se entre os que dão como certa a federação entre Progressistas, União Brasil e Republicanos, e os que apostam valendo que não sairá essa federação tão cedo. Inclua nessa categoria o deputado federal Jadyel Alencar (PV). Ele informou à coluna que a federação é “quase impossível de sair” e, se porventura, venha a sair, não será antes das eleições de 2024. Recado claro e com endereço certo.
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A frase para pensar
“Quem ostenta o poder, não o tem”, Golbery do Couto e Silva (1911-1987), general, ex-ministro dos presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo.
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AVISO: A coluna entra em recesso neste final de ano para respirar e se informar, não necessariamente nessa ordem. Mas, o leitor fiel não ficará desamparado: retornamos em edição especial de Natal, dia 24/12. Em seguida, edições normais diárias (de segunda a sexta-feira) a partir do dia 02/01.