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Coluna 18 e 19/01/24

Depois do "mergulho" de Jeová... os bastidores do rompimento anunciado

Quando quer decidir algo importante, o deputado Jeová Alencar (Republicanos) tem o seguinte costume: mergulhar. Não, leitor, não é numa piscina e nem no mar, e sim, metaforicamente, ficar off-line, distante do burburinho. É isso exatamente que ele fez de ontem para hoje após ter contraído uma gripe que o derrubou nos últimos dias - chegando a dar uma leve febre. Ele já teria ido pessoalmente à Prefeitura entregar o cargo, mas desencontrou-se do prefeito e adiou apenas o anúncio da decisão tomada? Tem muita gente, com medo de ficar desamparada, pressionando a permanência pelo menos um pouco mais?

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Os fatos, apenas eles

O grande escritor Ernest Hemingway dizia que os críticos são homens que assistem a uma batalha de um lugar alto, depois descem e atiram nos sobreviventes. Você, leitor, e a colunista, esta que vos fala, somos os críticos, essa é a verdade. Portanto, analisemos os últimos fatos, impiedosamente. O fato é que Jeová não disse a ninguém o que fará. Mas deu indícios – tão claros como o sol que arde em Teresina. 

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Pessoinha de um lado, Jeová do outro

Primeiro, o superintendente da Saad Sul não quer briga pública com Dr.Pessoa, a quem ele efetivamente nutre uma relação de carinho. Deixando a gestão, não virá da parte de Alencar, as críticas a Pessoa. Com a crescente força de João Duarte, o Pessoinha, presidente da Eturb, na gestão do pai, houve perda de espaço de Jeová. Quando um ganha, o outro perde: é assim nos jogos de futebol e na vida política. Ficar na gestão, sem condições de efetivar as entregas prometidas, não é uma opção, já que o único resultado disso é sofrer na própria pele o desgaste com os eleitores.

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Sou amigo de todo mundo e todo mundo é meu amigo

Segundo ponto, Jeová está recebendo recados e mensagens de todos os lados, sinalizando incentivo ou apoio velado a sua candidatura a prefeito – preferencialmente pelo Republicanos. Das sete agendas que teve na última quinta-feira, além das ligações VIP que selecionou atender, Jeová conversou pessoalmente com políticos – inclusive do lado de Fábio Novo - que veem nele uma opção para desequilibrar o jogo de 2024. Ao contrário de Sílvio Mendes, Jeová é um político de carteirinha. Conversa com todo mundo. Todo mundo mesmo.

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Terá ou não terá segundo turno

A grande questão sobre candidaturas competitivas além das duas que polarizam hoje a eleição (Sílvio Mendes e Fábio Novo), é a seguinte: eles forçam o segundo turno em Teresina.  A quem interessa um segundo turno? A campanha se torna mais cara para todos, os vereadores (que já estão eleitos), desmobilizam-se, assim como as lideranças. O trabalho é maior, o sentimento do eleitor é outro. É uma guerra de matar ou morrer. Vence quem tem mais bala para atirar. Nesse caso, metaforicamente, estamos falando de estrutura sim, mas também de discurso. Eleição é emoção.

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Revoada

Um emplumado tucano, para poupar o tempo de todo mundo, disse à colunista o final da história entre o ex-prefeito Sílvio Mendes (União Brasil) e o ex-deputado Luciano Nunes (PSDB), que se reuniram na última quarta-feira, como antecipado pela coluna: “Tudo continua como antes. Não houve qualquer conversa no sentido de eventual aliança. Luciano deve ter uma conversa com Fábio Novo nos próximos dias”. O PSDB pode ficar com Sílvio tendo João Vicente Claudino de vice, mas para onde vão os tucanos?

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Me poupe

Um pré-candidato a vereador de Teresina fortíssimo, está sendo persona non grata pelos colegas: “A gente não aguenta mais o X”, desabafou um (ainda) colega do político. Mas o que houve? “Avançando nas lideranças de todo mundo, chega!”. A coluna, como prega o bom jornalismo, foi checar com o pré-candidato se o fato procedia. “Engraçado que todo mundo pegou minhas lideranças e eu não reclamei, mas quando eu trisco num ele não lembra do que fez!”. Pimenta no olho dos outros...

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Sala gelada

A coluna foi comentar um dia desses, de maneira inocente, com um político experiente, sobre a ameaça que os pré-candidatos a vereador do PSD fazem de deixar a sigla caso o suplente de vereador Eduardo Dragalana permaneça na disputa em Teresina. Eles alegam que a disputa com Dragalana é desigual. “Não vai ter nem 20% de defecção”, vaticinou o político. Mas por quê? “Deixa o Georgiano (Neto) chamar esse povo tudim na sala gelada”. Xiii...

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Ponto nevrálgico

Uma noite tranquila na vida do vice-prefeito Robert Rios começa recebendo o vice-governador Themístocles Sampaio e o médico Paulo Márcio, fechando com o vereador Joaquim Caldas (que tudo indica, deve ficar no MDB). O vice-prefeito está no centro nevrálgico de muitas articulações, não se engane o leitor. Curiosidade: foi, aliás, o tio avô de Robert Rios, Magalhães Filho, quem escreveu: “Golpes e crimes da ditadura”. Era inimigo ferrenho de Getúlio Vargas. 

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Que pergunta desnecessária

Falando em Paulo Márcio, foi importante o encontro, em cenário administrativo, entre o indicado a vice do MDB e Fábio Novo. Para a turma que vive de política, pairava a dúvida se a chapa vingaria. A sinalização foi clara: a chapa é essa e ponto final. Mas e aí, tem química entre Novo e Paulo? Um petista responde: “Isso não importa, tem que ter química é com os eleitores, ora!”. Não está mais aqui quem perguntou!

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Para ler, ver e ouvir

Um livro que consegue ser indicado, na contracapa, pelo senador Ciro Nogueira (Progressistas) e pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, deve ter algo de interessante, não é? O leitor que deseja entender um pouco mais do Brasil de hoje, tem a obrigação de ler “Biografia do abismo: Como a polarização divide famílias, desafia empresas e compromete o futuro”, de Felipe Nunes e Thomas Traumann. Fácil leitura, mas nem por isso sem profundidade, o livro toca num ponto central: os eleitores não querem contradições e conflitos mentais. Buscam apenas informações que reforcem suas crenças - e políticos que as incorporem. Como sair do dilema? Leia o livro!

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Se conselho fosse bom

Como atrair pessoas de qualidade ao seu redor? Seja você mesmo uma pessoa de qualidade. Sua energia atrai sua tribo. Ponto. Se você reclama da baixa qualidade daqueles que lhe rodeiam, certamente deve ser porque você está no mesmo patamar deles. Ouse se expor e permitir que os outros lhe vejam. Você é pago pelo valor que realmente fornece e não pelo que você diz que é capaz de fornecer. Se você é mesmo tudo isso que pensa de si, será recompensado. Se coloque à prova e descubra. A verdade nunca matou ninguém.

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Cifrada do Terceiro Partido

Um partido médio é visto como futuro garantidor de força a um grupo político importante. Tudo para não quer virar refém dos partidos A e B – estes, conhecidos pelo seguinte lema: “Quem tem pena é galinha”. O primeiro teste será eleger um ou dois vereadores em Teresina pela sigla, mas há dificuldades. O nome escalado para a missão é um grande professor, só que o negócio de montação de chapa é um pouco mais embaixo... Foi necessário apelar para um político osso duro de roer que irá levar sua chapinha (bancada por dois fortes pré-candidatos) para desaguar no tal partido. Aqui, o mais besta dá aula!

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Foto do dia

Com a entrada do ex-vereador Chico Wilson, do humorista Jotinha (da página de Instagram Teresina Ordinária, que acumula milhares de curtidas com sátiras sobre os problemas da capital), o partido Novo planeja eleger pelo menos um vereador na capital. A chapa está sendo organizada pelo empresário e professor Tonny Kerley, que disputa a cadeira de prefeito. Com um cenário de fragmentação partidária e incertezas nas composições, especialmente no grupo do Palácio da Cidade, a tendência de renovação na Câmara de Teresina – que oscila de 40% a 60% a cada pleito – tende a se confirmar. Fazendo uma chapinha equilibrada, o Novo pode efetivamente compor uma das 29 cadeiras no Legislativo da capital.

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A frase para pensar

“Só porque você aprendeu que algo está certo e todos acreditam que está certo, isso não significa que esteja certo”, Mark Twain, foi um escritor e humorista estadunidense.

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