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"A internet virou o esgoto do mau humor", diz Bruna Marquezine

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Com nove novelas no currículo, Bruna Marquezine experimenta o gostinho de viver a primeira protagonista de sua carreira. No ar como a Marizete de "I Love Paraisópolis", nova trama das 19h da TV Globo, a atriz contou ao Famosidades que a personagem lhe tirou da zona de conforto.

"O processo todo como atriz está sendo muito novo. O Chico Acciolly [preparador de elenco] me fez me redescobrir como atriz e perceber que, pela minha experiência em TV, estava em um processo de trabalho quase que automático", analisou.

Bombando no Ibope, o folhetim tem feito a jovem experimentar o gostinho do sucesso um ano depois de amargar o primeiro fracasso de sua trajetória profissional, a desastrada "Em Família". As críticas à novela de Manoel Carlos ensinou a menina, que estreou na TV aos cinco anos de idade, a não ler tudo o que é publicado a seus respeito.

"Acho que a gente precisa filtrar. As críticas, positivas e negativas, são muito bem-vindas, podem abrir nossos olhos para coisas que a gente não enxerga no corre-corre das gravações. A internet virou o esgoto do mau humor. E tem muita coisa que não dá para levar em conta", disparou.

Após ter sua vida "invadida" pela imprensa durante o namoro com Neymar, a famosa decidiu preservar seus relacionamentos sem deixar de viver como uma jovem normal de 19 anos.

"Uma menina de 19 anos tem direito de sair, de ir ao cinema, de beijar quem quer… Eu tenho o direito de fazer essas coisas. Agora, eu não preciso ficar expondo e falando por aí. ‘Olha, gente, fiz mesmo, mas agora não sei’. Não vou falar, sabe? Mas também não vou me trancar numa caverna", desabafou.


Você está estreando como protagonista de novela na pele de uma mocinha com uma história de vida difícil, que tem uma realidade muito diferente da sua. Queria que você falasse sobre o desafio de viver a Marizete.

Está sendo muito legal. A Mari tem um universo muito diferente do meu. Ela nasceu em Paraisópolis. É uma menina muito honesta, muito ética, muito justa, que não teve uma vida fácil. Foi criada pela melhor amiga da mãe dela, que morreu quando ela era um bebê. Ela tem muita garra, é batalhadora, aprendeu com a vida a ser assim. A Marizete me tira da minha zona de conforto.

Consegue ver alguma semelhança entre a Bruna e a Marizete?

Claro. Ela começou a trabalhar muito cedo, segundo o texto foi com 13 anos. Isso traz uma responsabilidade e um amadurecimento. Trabalho desde os meus cinco anos e também amadureci antes das meninas da minha idade porque tinha compromissos de gente grande, por exemplo.

Como foi sua preparação para a novela?

Fizemos três meses de preparação com o Chico Accioly. O texto é bem completo. Os autores e os diretores estiverem o tempo todo dispostos a nos ajudar. Então, acabamos não usando de elementos externos. Nos baseamos muito no texto e no nosso trabalho de criação de personagem. Durante esses três meses antes de começar a gravar, ficávamos o dia inteiro em uma sala descobrindo esses personagens.

Foi tipo um intensivão sobre a novela...

Verdade. Mas eu amei. Estou amando essa novela. O clima nos bastidores é incrível e o processo todo como atriz está sendo muito novo. O Chico me fez me redescobrir como atriz e perceber que, pela minha experiência em TV, estava em um processo de trabalho quase que automático.

O ritmo de gravação é bem puxado. O que você tem feito para aguentar esse pique tão frenético de uma protagonista?

O segredo é uma boa alimentação. Tenho procurado comer melhor, comer de três em três horas. Também cortei lactose e glúten. Percebi que tenho algum tipo de intolerância. Os exames não apontaram, mas meu organismo é outro quando paro de comer alimentos com esses ingredientes. Ainda bem que o elenco come muito bem. A Tatá Tatá Werneck não come açúcar, por exemplo. Isso incentiva.

Além do maior número de cenas, qual a diferença em viver uma protagonista?

Acho que a maior diferença é o tamanho da responsabilidade. Mas não vou me dedicar mais ou menos porque é uma protagonista. Sempre mergulhei de cabeça nos personagens que fiz, sempre me dediquei igual, e a Mari encaro da mesma maneira. Eu tento não me ligar muito nisso de pressão e sim me entregar para Mari.

A primeira semana de novela mostrou que Grego tem uma obsessão pela Marizete. Existe a possibilidade de você vir a fazer par romântico com o Caio Castro no decorrer da novela?

A questão dos personagens é que eles cresceram juntos, o Grego foi o primeiro namorado da Mari. Mas ele acabou escolhendo um caminho que ela não aprova. Sei que eles têm uma relação de amizade e respeito. Amor do lado dele. Acho que foi com ele que ela descobriu o primeiro amor. Foi com ele que ela descobriu as primeiras coisas da vida. E a gente sabe que todo primeiro amor a gente guarda com carinho, independente de como terminou. Não sei exatamente se eles terão um revival. Ele é um cara que sabe mexer com ela. Não sei até que ponto a Mari vai se manter firme. Acho que enquanto ele continuar nessa vida, ela não vai querer nada com ele, porque ela é muito certinha. Mas ele faz parte do triângulo. Ou melhor, do quadrado amoroso. É, acho que é isso, um quadrado romântico.

Você mudou o cabelo e tem aparecido com quase nada de maquiagem em cena. Como é estar praticamente de cara limpa na TV? Isso te incomoda? Te preocupa?

Nem um pouco. Sou eu quem faço minha maquiagem porque o make da Mari é bem simples. Acho isso bom porque dá veracidade à personagem. A ideia de cortar o cabelo foi minha. Sempre tive cabelo longo e achei que estava na hora de mudar. A Mari tem um lado meio menino e esse corte tem tudo a ver com ela. Ela é muito prática, sabe? Não imagino ela perdendo tempo se maquiando e penteando o cabelo.

E você gostou do cabelo mais curto? Dá menos trabalho, né?

Amei. No primeiro dia que conversei sobre a caracterização, o pessoal me propôs cortar e era exatamente o que eu estava querendo naquele momento. Os cuidados continuam os mesmos, porque eu ainda estou com megahair. Estou doida para me livrar dele. Uso pouco só para dar volume. Meu cabelo é muito ralo e no vídeo não fica bom. Mas para gravar não faço nada demais. Chego, seco, escovo e vou.

Você é vaidosa?

Sou. Mas não sou aquela viciada em maquiagem e cosméticos. Sou bem básica, não gosto de muita coisa no dia a dia. Um blush, um corretivo e um rímel para mim está ótimo. Preciso nem de batom.


Você teve que visitar a favela de Paraisópolis. Como foi essa experiência?

Fomos muito bem recebidos, conheci muita gente. É uma realidade muito diferente. Tem coisas que você só vê quando está dentro. Apesar da vida um tanto difícil, as pessoas são muito batalhadoras. Fiquei impressionada e encantada com muitas coisas. Devemos voltar bastante lá, apesar de termos uma cidade cenográfica gigantesca aqui.

Depois da experiência na favela, o elenco foi gravar em Nova York. Isso ajudou a entrosar mais o grupo?

Tínhamos muitas cenas para gravar em Nova York e o ritmo foi muito intenso. Pegamos a nevasca, estava muito frio e não podíamos sair da personagem. Foi o maior frio que já peguei. Estava quase insuportável. Mas as cenas ficaram tão lindas que valeu a pena. Mesmo assim, foi tudo muito divertido.

Foi lá que a amizade entre você e a Tatá Werneck engrenou?

Foi. Eu já admirava o trabalho da Tatá antes e fiquei muito feliz quando soube que íamos contracenar. Ficamos amigas para valer nos intervalos das gravações em Nova York. Sempre ficávamos juntas nas folgas. Aliás, voltei toda errada dessa viagem. A Tatá adora fazer compras e eu entrei na dela. Foi complicadíssimo, estou pagando meu cartão até hoje! Eu fui com duas malas, voltei com quatro malas, mais uma de mão e uma torradeira para minha mãe. E uma câmera. Acho que perdi completamente a noção. Não dá para viajar com a Tatá, ela não tem noção das coisas. E uma incentiva a outra. Quando a gente foi ver, ninguém tinha dinheiro.

De uma hora para outra, você passou a ser vista como um mulherão e teve sua vida muito exposta na mídia. Como você lida com as críticas?

Acho que a gente precisa filtrar. As críticas, positivas e negativas, são muito bem-vindas, podem abrir nossos olhos para coisas que a gente não enxerga no corre-corre das gravações. Como disse o Wolf Maya [diretor de "Paraisópolis"], a internet virou o esgoto do mau humor. E tem muita coisa que não dá para levar em conta. Mas faz parte, é consequência do meu trabalho. Não dá para agradar todo mundo, mas o meu melhor é garantido.

Você lê as coisas que são publicadas a seu respeito?

Eu lia. Hoje, não leio mais porque me faz mal. Então, prefiro não ler as mentiras que publicam a meu respeito. Não acompanho brigas, não acompanho ofensa, acho que isso não tem nada a acrescentar para ninguém. Como milhões de vezes eu já disse, a minha vida pessoal diz respeito a mim. Eu tenho uma relação tranquila com todas as minhas fãs, mas não acompanho essas coisas. É uma futilidade tão boba ficar batendo boca pela vida pessoal de uma terceira pessoa, sabe?

Como você lida com essa exposição? Deixa de sair para não ser fotografada, por exemplo?

Eu seria muito pretensiosa se eu falasse que aprendi completamente a lidar com isso, mas acho que já me acostumei. Sabe o que eu acho? Foi o que eu falei antes, eu tenho 19 anos. Uma menina de 19 anos tem direito de sair, de ir ao cinema, de beijar quem quer… Eu tenho direito de fazer essas coisas. Agora, eu não preciso ficar expondo e falando por aí: 'Olha, gente, fiz mesmo, mas agora não sei'. Não vou falar, sabe? Mas também não vou me trancar numa caverna. Só não quero falar sobre meus relacionamentos.

Aos 19 anos, você resolveu que não iria mais comentar seus relacionamentos em público. Teve um motivo específico?

Quando você passa a primeira vez por uma coisa, você questiona muito tudo aquilo, sabe? Eu questionava por que eu não podia falar, ou por que eu não podia expor. E realmente quando a gente expõe muito, parece que a gente atrai mais problemas. É surreal. Eu fui aprendendo com tudo. E continuo, e ainda vou aprender muito. Eu já não sofro mais com muita coisa que já sofri. Eu passei por um momento muito conturbado e isso ficou claro. Passei por uma novela que foi presente para mim, mas a gente teve, sim, alguns problemas com ela, junto com minha vida pessoal que estava muito exposta. Foi um momento conturbado, mas necessário. Eu vivi tudo que queria viver, não me arrependo de nada.

 

 

Fonte: Msn

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