Seduckathon: projetos usam tecnologia e IA para facilitar o ensino de alunos com transtornos e deficiência

Fotos: Fernanda Ito Ota/Cidadeverde.com

Por Rebeca Lima

Iniciou nesta quinta-feira (25) a etapa final do processo seletivo do Seduckathon com 50 estudantes e 10 professores da rede estadual de educação, para um intercâmbio nos Estados Unidos e na Coréia do Sul. Entre os dez projetos selecionados para essa fase, três deles usufruem da tecnologia na inclusão social de alunos com deficiência e transtornos.

O Cidadeverde.com acamponhou o início dos trabalhos e conheceu um pouco de cada equipe e fez uma série de reportagens dividindo os grupos por temas que estão trabalhando. Nesta reportagem é apresentada as equipes que trabalham com inclusão social.

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O Centro Estadual de Tempo Integral (CETI) de Paulistana, no Sul do Piauí, é um deles. A escola está desenvolvendo um aplicativo para facilitar a comunicação entre os professores e alunos com deficiência auditiva.

“O nosso projeto é voltado para alunos surdos na sala de aula. Já identificamos o problema junto aos próprios alunos de nosso colégio que têm essa dificuldade. Nosso projeto buscará desenvolver um aplicativo que, através da comunicação do professor via microfone, transformará o áudio em texto e o converterá em sinais de Libras, transcritos diretamente na tela do celular do aluno”, explicou o professor Sebastião Sales.

A estudante de 17 anos, Ana Maria, que integra a equipe, conta que a ideia do projeto surgiu da própria dificuldade na sala de aula com uma colega de turma.

“Desde sempre, eu já amava programação, mexer com tecnologia, e nós temos uma colega que é surda e muda. Vemos essa dificuldade. Ela entende pouco, nós nos comunicamos por gestos porque a maioria não sabe Libras, e pensamos em criar este aplicativo voltado para ela”, diz.

Outra instituição na mesma temática é o CETI Liceu Parnaibano, em Parnaíba, litoral do Piauí. Com o uso da Inteligência Artificial (IA), os professores poderão individualizar as abordagens e necessidades dos alunos com transtornos.

“A gente está trazendo a IA aplicada especificamente na sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE), e nosso objetivo é que a IA possa captar as emoções através do comportamento facial desses alunos, e nossa aplicação possa direcionar o professor”, destaca o professor Francisco Coelho.

Lanna Bastos, de 17 anos, fala que o projeto também ajudará esses alunos a se inserirem na sociedade.

“Quando soubemos da proposta do Seduckathon, pensamos nessa problemática, onde todo mundo já teve a experiência de estudar com alguém que necessitou da sala de AEE. Daí veio nossa ideia de ajudar esses alunos a se inserirem mais na sociedade, a se expressarem mais e a nós conseguirmos entender mais as emoções deles”, pontuou.

Já o CETI Raimundo Pessoa, em Monsenhor Gil, desenvolve um sistema para facilitar o estudo de alunos com Síndrome de Down.

“Nosso intuito é fazer com que alunos com Síndrome de Down tenham o ensino adequado para que, no futuro, eles possam desenvolver uma vida normalmente”, disse o professor Gabriel Lima.

Gabriel Lima acrescenta ainda que os estudantes que integram o projeto acompanharam a rotina de um aluno de 15 anos da escola com Síndrome de Down para identificar as dificuldades na sala de aula.

“Nós fomos atrás da família dele para saber como ele é dentro de casa, ver quais eram as limitações dele, e tudo isso nós vamos juntando para tentar montar um sistema que seja divertido para ele estudar”, complementou.

A competição do Seduckathon começou pra valer nesta quinta-feira (25), quando os dez projetos serão executados, apresentados e aperfeiçoados a partir da análise técnica dos avaliadores.

Na sexta-feira (26), quatro times serão escolhidos para um intercâmbio de um mês em Massachusetts, nos Estados Unidos, e dois times irão para Seul, na Coréia do Sul. Os intercâmbios são frutos de parcerias realizadas pelo Governo do Estado, a partir das missões internacionais empreendidas aos Estados Unidos e Coreia do Sul.