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Aumenta o número de bebês que nascem com excesso de peso

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Perninha grossa e bem rechonchuda é assim que, ainda hoje, as pessoas elogiam uma criança acima do peso. Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, o percentual de crianças menores de 5 anos com sobrepeso passou de 6,4% para 9,2%. Desse total, 6,6% já caracterizavam obesidade grave e a família não havia percebido. 

Um estudo feito nos Estados Unidos com mães de bebês com sobrepeso mostrou que 79% delas não notavam nada de errado na silhueta dos seus filhos.


Entre os pontos que vem gerando esse aumento no número de bebês obesos está o ganho de peso da gestante durante a gravidez, já que muitas mães ainda acreditam que devem comer por dois durante o período gestacional, ação essa que contribui para que o bebê tenha maior risco de ser obeso no futuro.

O obstetra Alberto Monteiro Júnior explica que o risco de obesidade não se transmite apenas pelos genes, mas também pelo ambiente intrauterino, ou seja, pelo o que a mãe consumiu durante os nove meses. “O sobre peso do bebê é uma condição de crescimento exagerado da criança, que é caracterizada pelo nascimento com peso acima dos 4 quilos e leva o nome de macrosomia”, esclareceu. 

A obesidade durante a gestação também está associada ao maior índice de mortalidade dos recém-nascidos, principalmente no período perinatal, além do nascimento de crianças com defeito no tubo neural, estrutura que dá origem ao cérebro e à medula. A média de peso dos bebês também é maior que o normal, o que pode provocar riscos obstétricos durante o parto, contribuindo para a maior taxa de cesáreas.

“A macrossomia tem repercussões fetais importantes, como o aumento do risco de óbito fetal e complicações como tocotraumatismo (traumatismos obstétricos que podem ocorrer no parto), distócias, hipoglicemia neonatal, miocardiopatia hipertrófica, malformações e trombose vascular. Já para as gestantes pode ocorrer a necessidade de se realizar o parto cesáreo, laceração perineal extensa, hemorragia pós-parto e tempo prolongado de hospitalização”, explicou o obstetra.  

Segundo a tabela nutricional as gestantes a partir do terceiro mês de gravidez devem ingerir apenas 300 calorias a mais do que o normal, totalizando 2.800 calorias por dia. Já as gestantes que estão com baixo peso ganham em torno de 15 kg; as de peso adequado, entre 10 a 12 kg; e as com sobrepeso ou obesas, só podem subir de 6kg e 7kg durante todo o período gestacional.

“Ganhar peso excessivamente no período gestacional ou iniciar esse período com sobrepeso ou obesidade são fatores de risco para complicações como diabetes, hipertensão e pré-eclâmpsia, principalmente no final da gestação. Esses males são duas a seis vezes mais comuns em mulheres com excesso de peso”, finalizou Alberto.

Para evitar o sobre peso as gestantes devem seguir algumas dicas como: beber água constantemente, de 1,5 a 2 litros por dia; Consumir pelo menos três frutas por dia, além de legumes e verduras no almoço e jantar e fracionar as refeições em seis a oito vezes ao dia, com pequenas quantidades e uma dieta hiperproteica, hipolipídica e normoglicêmica.


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