Cidadeverde.com

Ciro fala pela 1ª vez e garante que renuncia se for comprovada denúncia

Imprimir

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) quebrou o silêncio nesta terça-feira (9) e falou sobre a citação de seu nome pela revista Veja em suposto esquema de corrupção com a Petrobras, investigado pela Polícia Federal. Por telefone, o parlamentar falou ao Jornal do Piauí e se comprometeu a renunciar o mandato caso seja provada alguma ligação sua com os envolvidos na Operação Lava Jato. 

De acordo com a Veja, Ciro Nogueira foi citado Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, em depoimento na busca por delação premiada na Operação Lava Jato, que investiga lavagem de dinheiro e benefícios a políticos através da estatal. 

Para a TV Cidade Verde, Ciro Nogueira afirmou que não sabia do que estava sendo acusado até ser procurado por uma repórter do jornal O Estado de São Paulo. 

"Ontem uma jornalista do jornal Estadão me ligou dizendo que um funcionário do meu gabinete tinha viajado com passagens pagas pela contadora desse doleiro", declarou em referência a Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato. 

Ciro Nogueira informou que telefonou para o funcionário, que teria negado no começo a viagem. No entanto, depois do mesmo se dirigir ao gabinete e se deparar com os comprovantes das passagens, acabou confessando ter feito a viagem para tratar de assuntos de fora do seu gabinete. 

O senador não citou o nome do funcionário, mas o Estadão publicou hoje (9) que se trata de Mauro Conde Soares, que trabalhava com Ciro Nogueira desde o início do seu mandato de senador. 

O parlamentar informou que o funcionário já foi exonerado. Antes, foi levado para a polícia do Senado para prestar depoimento, no qual isentou todos os funcionários e o próprio senador de participação no esquema. 

Veja a nota oficial enviada pelo senador

Leia a carta enviada pelo senador para a Justiça do Paraná

Reação
Ciro Nogueira assumiu a responsabilidade política pela contratação do funcionário. "Eu não me isento da responsabilidade de ter escolhido uma pessoa errada. Estou pagando por esse erro. Mas graças a Deus, ficou bem esclarecido que nem eu ou outra pessoa do meu gabinete tem a menor participação ou vinculação com essa situação".

O senador afirmou ter enviado cópia da exoneração do funcionário para a Justiça do Paraná, que acompanha o caso, e pediu que se torne pública qualquer outra situação que precise ser esclarecida. 

Como já havia afirmado para a revista Veja, Ciro Nogueira declarou que Paulo Roberto não era mais diretor da Petrobras um ano antes do senador assumir a presidência do PP. Além disso, o parlamentar afirmou ter sempre defendido a não indicação de membros do Partido Progressista para cargos em estatais. 

"Momento difícil"
Ciro Nogueira também fez um desabafo. "É um momento difícil que eu estou passando na minha vida. No momento que a sociedade quer transparência, aconteceu um caso como esse, que nós como políticos estamos sujeitos". 

O senador ainda afirmou: "Se tiver alguma vinculação minha financeira ou desvio de conduta com o seu Paulo Roberto, ou Alberto Youssef, qualquer outra pessoa dessa operação, eu renuncio ao meu mandato de senador do Estado do Piauí. Eu jamais iria constranger o meu Estado por sofrer um processo desses se tiver alguma culpa ou vinculação do meu nome".

Fábio Lima
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais