Atualizada às 10h48
Os dois filhos de Leoneide e Edilson, Samuel e Lothar Matthaus, estão presentes no julgamento no qual o pai é acusado do homicídio duplamente qualificado de Leoneide Ferreira.
Em entrevista ao Cidadeverde.com, Matthaus afirmou querer a pena máxima para o pai e revelou que era espancado desde criança pelo acusado.
Evelin Santos/Cidadeverde.com
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“O mínimo que se pode fazer é a pena máxima. Ele morreu para mim no dia que matou a minha mãe. Para mim ele não representa mais nada. Eu olho para ele e sinto ódio. Quem está sendo julgado não é meu pai, é o assassino da minha mãe”, disse.
O jovem também revelou que mesmo aos 14 anos, quando aconteceu o crime, já percebia que havia algo de cruel na personalidade do pai. “Ele sempre foi violento e eu sabia que ele tinha planos de matá-la. Mas eu preferia não imaginar porque ele era meu pai. Eu era muito criança. Mas muitas vezes ele trancou a minha mãe no quarto para espancar a gente na sala”, relatou.
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O réu ficou durante alguns minutos do tribunal, apesar de ser dispensado pelo juiz
O segundo depoimento de hoje foi de Eva Vilma Fonseca, amiga que presenciou o crime.
Eva contou ao juiz Antonio Noleto que a vítima tinha uma personalidade caseira e carismática, que não havia motivos para o marido sentir ciúmes. Segundo ela, Leoneide não tinha outros relacionamentos.
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“Ele tinha ciúmes até de algumas mulheres. Trancava ela em casa e ela tinha medo de se separar porque ele sabia que o ponto fraco dela era os filhos. Então, ela ficava ao lado do marido para preservar os filhos”, disse a testemunha.
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Eva enumerou alguns momentos de ira do acusado. “Ele chegou a quebrar todos os telefones de casa para que ela não se comunicasse com ninguém”, disse.
O Crime
A amiga da vítima narrou com detalhes o que aconteceu no dia em que Leoneide foi alvejada com as 19 facadas. “A gente estava chegando em casa. Havíamos voltado do salão de beleza e estávamos só nós duas. Ela estava indo pegar umas roupas dela na minha casa. Quando passamos do portão, eu escutei ela gritando. Edilson estava escondido no muro e esfaqueou ela pelas costas. Ela não teve tempo nem como reagir”, contou bastante emocionada e chorando.
A amiga ressaltou que tentou pedir socorro e por isso também foi esfaqueada pelo acusado. “Ele estava esfaqueando ela no portão. Quando ela caiu ele montou em cima dela e não parava a mão. Eu tentei pedir socorro. Mas ele acertou uma facada na minha mão esquerda quando eu tentei passar pelo portão”, relatou.
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A promotoria, representada pelo promotor João Malato, sustenta que o crime foi premeditado, uma vez que o acusado teria mandado fazer camisas com a foto da vítima antes do crime. A afirmação foi confirmada pela testemunha.
“Ele foi na minha casa cerca de um ano antes do crime, levou um álbum e pediu para eu escolher umas fotos. Eu me recusei. Mas ele afirmou que ia mandar fazer uma camisa tamanho P com a foto que eu mais gostava de Leoneide”, contou.
A terceira testemunha a ser ouvida foi a delegada Vilma Alves, que presidiu o inquérito, no qual constam 13 boletins de ocorrência contra o acusado por agressão e cárcere privado.
Atualizada às 10h11
O primeiro depoimento colhido pelo juiz Antonio Noleto, que preside o julgamento do ex-jogador Edilson Rodrigues dos Santos, foi da irmã da vítima, Lesoneide Ferreira Lima. Ela foi ouvida como informante no julgamento. Os filhos do casal estão presentes.
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Lesoneide contou que esteve com a irmã Leoneide durante todo o período de internação e que ouviu dela que a primeira facada foi proferida pelas costas. Lesoneide contou também que a irmã ficou 38 dias em coma profundo e que teve todos os órgãos vitais, com exceção do coração, atingidos pelas 19 facadas.
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Ela ressaltou também que antes do crime a vítima passou de 7 a 8 meses morando com um dos irmãos porque o marido havia saído da prisão e ela tinha medo por conta das ameaças. Depois disso, Leoneide morou com outro irmão por quatro meses.
“Este último foi o que se suicidou. Essa mudança de casas era o medo dela voltar para a própria casa”, disse na presença do juiz.
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O depoimento durou mais de 30 minutos.
O juiz Antonio Noleto permitiu que o réu se ausentasse do tribunal para preservar o seu direito de imagem e porque as testemunhas pediram para não vê-lo.
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A delegada Vilma Alves chegou ao Tribunal Popular do Juri no final do depoimento e está acompanhando o julgamento.
O júri é composto por seis homens e apenas uma mulher. O laudo médico apresentado no julgamento aponta que o corpo da vítima apresentava 20 facadas, não 11 ou 19 como estava sendo informado.
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Muitos familiares vestem uma camisa branca em homenagem a vítima e pedem justiça.
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O ex-árbitro e ex-jogador de futebol Edilson Rodrigues dos Santos começa a ser julgado no Tribunal Popular do Juri acusado do homicídio da esposa, a artesã Leoneide Ferreira. O crime ocorreu há três anos. Leoneide foi alvejada com 19 facadas e passou 15 dias em coma, três meses na UTI.
O promotor do caso, João Malato, afirma que a acusação é de homicídio duplamente qualificado. "Ele matou por vingança e atacou a vítima por traz", explicou.
Edilson passou quase três anos foragido e foi encontrado em São Paulo, onde vivia como árbitro de futebol.
Ao ser preso, Edilson confessou o crime e disse que foi influenciado pelo "demônio". Ainda segundo o promotor, Edilson deve pegar entre 12 e 15 anos.
O juiz Antonio Noleto preside o julgamento.
Relembre o caso
Flash de Jordana Cury
Redação de Leilane Nunes