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Menino de 10 anos é espancado na porta da escola em Gilbués por usar óculos

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Uma criança do sexo masculino, iniciais J.D.L, de 10 anos, foi espancada por colegas de classe na porta da escola onde estuda na cidade de Gilbués, 797 km de Teresina. O motivo do espancamento seria porque o menino usava óculos e vinha sofrendo com comentários depreciativos. Ele foi encaminhado ao Hospital Regional Manoel de Souza Santos, em Bom Jesus, para atendimento médico e ficou internado por dois dias. 

A mãe da criança, Valderez Dourado Soares, disse que uma aluna da escola gravou uma parte da agressão e que ela teve acesso as imagens através de uma vizinha. Em posse das imagens, ela procurou a diretoria da escola para relatar o caso e pedir providências. "O diretor duvidou que ele fosse meu filho e disse que ele era um cigano". 

Ela conta ainda que o filho foi agredido com pedaços de tijolos e paus, e que o vídeo gravado mostra apenas uma parte da agressão. 

O Cidadeverde.com apurou junto um funcionário do hospital, que não quis se identificar, que J.D.L teve duas crises convulsivas e chegou ao hospital com marcas na orelha, pernas, além de outras partes do corpo. "Ele tinha marcas de espancamento. Foi solicitado pela equipe médica uma tomografia, porque a criança estava muito sonolenta e com marcas de agressão na cabeça". 

Valderez Dourado conta que o filho tem miopia no olho esquerdo e que teria dificuldades de enxergar sem óculos. "A professora colocou ele bem na frente porque ele tem dificuldade de enxergar e vivia se queixando de dores de cabeça, por isso levei ele no médico. Depois que ele começou a usar óculos, começaram a chamar ele de quatro olhos e jeca na escola. Tive que tirar os óculos porque ele não queria mais ir pro colégio por causa disso". 

O caso aconteceu na última quarta-feira (22). O menino só foi levado ao hospital depois da primeira crise de convulsão e de vomitar bastante na quinta-feira (23). "Ele estava com convulsão e falta de ar. Levamos ao hospital em Gilbués e mandaram levar pra Bom Jesus. Fiquei com medo porque meu filho ficou muito ruim". 

O hospital informou o caso a Secretaria Municipal de Saúde de Gilbués, com um pedido para a realização da tomografia, já que a família do menino não tem condições de arcar com o valor do exame. "Entramos em contato também com o Conselho Tutelar e o Centro de Referência da Assistência Social (Creas). A mãe solicitou o prontuário e as cópias do exames feitos  no hospital e foi orientada a registrar um boletim de ocorrência e pedir a realização de um exame de corpo de delito".  

A mãe diz que hoje não foi possível registrar um boletim de ocorrência por conta do feriado, mas que nesta terça-feira (28) ele vai procurar a delegacia e o fórum da cidade para denunciar o caso. 

Sana Moraes 
[email protected] 


 

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