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Menor condenado por estupro coletivo em Castelo é espancado até a morte no CEM

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Atualizada às 10h30

O promotor de Justiça de Castelo do Piauí, Cezário Cavalcante, informou na manhã desta sexta-feira(17) que houve “falha gritante” na segurança dos adolescentes no Centro Educacional Masculino (CEM) , já que Gleison Viera da Silva, 17 anos, já estava sendo ameaçado de morte pelos comparsas. 

O adolescente foi morto na noite de ontem, por volta das 23 horas, pelos companheiros de ala no CEM, que também eram os adolescentes acusados com ele do estupro coletivo em Castelo. 

O promotor, responsável pela denúncia do crime na cidade, disse que durante seu depoimento no Complexo da Cidadania, Gleison chegou a informar que estava sendo pressionado pelos menores, caso contrário ele iria ser morto. 

Na época para a polícia, os quatro confessaram o crime de estupro coletivo. Porém, somente o Gleison na presença do juiz, mantinha a versão. Os outros três mudaram seu depoimento. 

Cézario Cavalcante afirmou que ao ser informado da ameaça de morte, solicitou via ofício à direção do CEIP (Centro de Internação Provisória) que o mantivesse em ala separada. Ele lembrou que durante depoimento o Gleison falou, separadamente, dos outros menores. 

“Existia a ameaça de morte ao Gleison e todo mundo sabia disso. Será que o CEM não sabia? Ou não tinha vaga para coloca-lo em ala separada? Houve falha gritante, não sei se do CEIP em comunicar o CEM ou do CEM por não tê-lo separado dos outros”, 

O gerente de internação do CEM, Herbert Neves, disse que não tinha conhecimento de que o menor estava sendo ameaçado de morte e que o CEM não tinha estrutura para coloca-lo. 

“Conversamos por cerca de 40 minutos e não houve nenhuma reclamação, nem do Gleison e nem dos outros para que ficassem separados”, disse o gerente. 

Atualizada e ampliada às 7h28

Um dos adolescentes acusado de estupro coletivo em Castelo do Piauí (a 190 km de Teresina) foi morto na madrugada desta sexta-feira (17) dentro do alojamento do CEM (Centro Educacional Masculino), no bairro Itaperu, zona Norte de Teresina.

A informação foi confirmada pela Polícia Militar. A vítima é Gleison Vieira da Silva, 17 anos, e foi assassinado por volta das 23h na cela "D" com murros, pontapés e pancadas na cabeça. Os suspeitos do homicídio são os três menores que participaram do estupro coletivo em Castelo e dividiam a cela com ele, na área de isolamento.

Gleison chegou a ser socorrido por uma equipe de enfermeiros do CEM, mas não resistiu e morreu.

Segundo o diretor de Atendimento Socioeducativo da Secretaria de Estado da Assistência Social, Anderlly Lopes, a motivação do crime seria vingança. Gleison foi o adolescente que delatou os colegas e que ajudou a polícia na investigação.

"Eles já confessaram o crime e este foi um ato de vingança. A princípio a rotina iniciou-se bem, mas fomos surpreendidos e é como um lobo na pele de cordeiro. Foi uma abordagem covarde e de traição", disse Anderlly Lopes.

Os adolescentes suspeitos do homicídio, de 15 e 16 anos, foram condenados por 24 anos de internação pelo crime de estupro coletivo, tentativa de homicídio e pela morte da estudante Danielly Rodrigues Feitosa, 17. Eles são apontados como autores do estupro de quatro garotas em Castelo, além de amarrá-las e jogá-las de um morro de dez metros de altura nos arredores do município.

CEM

O gerente de internação do Centro Educacional Masculino (CEM), Hebert Neves, disse ao Notícia da Manhã desta sexta-feira (17) que Gleison Vieira da Silva, 17 anos, foi morto após ter sido surpreendido pelos outros três adolescentes também envolvidos no crime de Castelo quando fora ao banheiro no alojamento onde eles estavam.

"Eles estavam separados mas no mesmo alojamento. Por volta de 1h, aconteceu o episódio. Ontem, na chegada deles, conversamos com os quatro, sabendo da responsabilidade e da repercussão do caso dentro e fora da unidade. Falamos da proteção da integridade física deles. Houve uma rejeição de todos os internos que bateram nas grades por 10 e 15 minutos. Então eles ficaram numa ala isolada. Na noite anterior, não havia indício de agressão, acreditamos que houve a discussão", descreve. 

Segundo Neves, o adolescente foi espancado até a morte. "Não houve perfuração. Ainda será realizada a vistoria, mas, visualmente, só detectamos o espancamento na região do crânio", descreve. 

Gleison Vieira

O gerente de internação diz ainda que se deslocou ao CEM assim que soube do fato e que conversou com os outros três rapazes momentos após a morte de Gleison. "A frieza deles é surpreendente. Não têm arrependimento. Assumiram o que fizeram e contaram com detalhes: um deu a gravata no outro no banheiro; os outros participaram. Era como se eles tivessem matado uma mosca, um inseto qualquer", narrou. "Perguntei a eles, se tinham combinado e eles disseram que foi de repente, que viram que podiam eliminar ele. Quando perguntei por qual motivo, eles não disseram o porquê. Só disseram que fizeram, na maior tranquilidade, frieza e destreza. Não vi remorso ou arrependimento. Eles já haviam cometido o ato infracional de maior gravidade possível e cometem novamente. Foi uma crueldade, barbaridade com o outro. Tenho 20 anos de experiência nesse sistema e o que me surpreende mais é que adolescentes que cometeram atos semelhantes os rejeitaram", acrescentou. 

Neves diz ainda que os adolescentes não têm condições de voltar ao CEM, já que a repercussão do crime é grande entre os outros internos da unidade. 

Após o homicídio, o trio foi conduzido ao IML e a Central de Flagrantes, depois foram levados ao Complexo da Cidadania, onde estão separados, um em cada alojamento para que não haja contato dos três entre si para evitar novas agressões. 

Família

A família de Gleison já foi avisada da morte do menor e está se deslocando de Castelo para Teresina. Ainda não há informações de onde será o velório e sepultamento. 

 

Nota oficial do Governo do Estado

O Governo do Estado do Piauí lamenta a morte do menor G.V.S., de 17 anos, um dos envolvidos no abuso ocorrido mês passado no município de Castelo. A Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc) e a diretoria do Centro de Internação Masculino (CEM) disponibilizaram, desde o início do caso, com toda sua equipe envolvida, assistentes sociais e psicólogos para o acompanhamento diário das famílias e dos adolescentes. Para garantir a segurança e integridade dos menores, a Secretaria fez a internação dos mesmos em salas separadas, a fim de que não ocorressem conflitos com outros internos.
 
O acontecimento dessa madrugada se deu entre os próprios adolescentes envolvidos no crime, após desentendimento entre eles. Todos os procedimentos adotados pela Secretaria foram determinados pelos juízes da Infância e Juventude e pelo Ministério Público e sendo os mesmos rigorosamente obedecidos.
 
Em decorrência deste novo crime, os adolescentes foram novamente removidos e estão na Central de Flagrantes, passando pelos procedimentos de apuração dos atos infracionais praticados. O Governo continuará tomando todas as medidas legais e que foram determinadas pela Justiça.
 
Governo do Estado do Piauí

Secretaria de Assistência Social e Cidadania

 

Flash Yala Sena
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