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Mãe pede perdão a adolescente morto por realizar sepultamento em Teresina

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Atualizada às 18h03

A mãe do jovem morto no CEM, de iniciais E.V.S, chegou bastante abalada ao cemitério do bairro Promorar no final da tarde desta sexta-feira (17). Ela pediu perdão ao filho por realizar o sepultamento em Teresina. A mãe chegou amparada pelo marido, uma irmã e duas filhas, uma de 14 anos e outra de 15 anos.

"Perdão meu filho por estar te enterrando aqui e não na sua casa", disse a mãe, que ficou um pouco distante do caixão. O marido, que é padrasto do adolescente, disse para a mulher que um dia o fato iria acontecer.

A irmã do adolescente pediu para ver o irmão, mas não foi autirizada a abertura do caixão. O enterro tem reforço da Companhia do Promorar.

A mãe reclamou que não tinha velas no cemitério. Um desconhecido jogou uma flor durante o enterro, além da tia Maria Francisca Vieira, 65 anos. O sepultamento só foi realizado após a chegada de um padre.

E.V.S está grávida de 3 meses. Ela estava acompanha de uma irmã e duas filhas. Uma de 14 e outra de 15, esta última grávida de 5 meses.

Atualizada às 17h10

Os familiares do adolescente Gleison Vieira da Silva, 17 anos, espancado até a morte em alojamento do CEM na noite de ontem (16), decidiram fazer o sepultamento do jovem em Teresina, devido ao clima de insegurança no município de Castelo do Piauí (194 Km de Teresina), de onde a vítima é natural. 

A mãe, o padrasto e mais um familiar do jovem estiveram no Instituto de Medicina Legal (IML), em Teresina, onde liberaram o corpo, e saíram por volta das 17h. 

Segundo Herbert Neves, gerente de internação do CEM, que acompanha a família junto com o Conselho Tutelar de Castelo, o adolescente será sepultado no cemitério Santa Cruz, bairro Promorar, zona Sul de Teresina. 

Segundo ele, será solicitado reforço policial para que o corpo de Gleison seja sepultado sem nenhum imprevisto. O temor de realizar o sepultamento na cidade de Castelo vem das ameaças da população, que manifestaram o desejo de atear fogo ao corpo do garoto. 

 

Matéria original

O gerente de Internação do CEM (Centro Educacional Masculino), Francisco Herbert Neves da Cruz, informou que abrirá sindicância para apurar se houve negligência por parte dos policiais ou educadores de plantão na morte do adolescente Gleison Vieira da Silva, 17 anos. A vítima foi espancada até a morte em alojamento do CEM na noite de ontem (16).

Gleison e mais três menores foram condenados por estupro coletivo em Castelo do Piauí (a 190 km de Teresina) de quatro garotas de 15, 16 e 17 anos no dia 27 de maio.

“Vamos abrir sindicância para apurar se houve facilitação, negligência dos profissionais de plantão”, disse Herbert Neves.

O adolescente foi o responsável por delatar os outros três adolescentes. Ele deu detalhes do caso à polícia e participou da reconstituição do crime. Ao contrário dos outros acusados, Gleison, perante o juiz, manteve a confissão feita pelos quatro anteriormente à polícia de que estupraram e agrediram as quatro vítimas –uma delas, Danielly Rodrigues Feitosa, 17, que morreu.

Para o Ministério Público Estadual, houve "falha gritante" na segurança do adolescente, porque ele já vinha denunciando em depoimentos de que era ameaçado de morte tanto pelos comparsas do crime quanto por outros internos.

Para o Ministério Público Estadual, houve "falha gritante" na segurança do adolescente, porque ele já vinha denunciando em depoimentos de que era ameaçado de morte pelos. 

Já o gerente do CEM disse não ter recebido da Justiça ou do governo estadual nenhuma recomendação para que Gleison fosse isolado dos três colegas. "Todos os adolescentes que estão na unidade [para onde foram transferidos] rejeitaram e fizeram uma batida de grade por mais de dez minutos. Não tive nenhuma recomendação oficial para que ele ficasse isolado".

Segundo Neves, a instituição está lotada --com 84 adolescentes, tem capacidade para 60. Ele alega que não tinha estrutura física na unidade para separar Gleison dos demais condenados e que buscou proteger os quatro dos demais internos. "Se não colocasse os quatro separadamente em outras alas, com certeza haveria quatro óbitos hoje [quinta]".

Ao chegarem ao CEM, Neves disse ter conversado com os quatro transferidos se, diante da lotação, haveria alguma objeção por eles de ficarem todos juntos, os quatro, no mesmo espaço, e que nenhum teria recusado. No centro anterior, o Ceip (Centro de Internação Provisória), Gleison estava isolado dos outros três.

Os quatro adolescentes foram transferidos às 17h da quarta-feira (15) para o CEM. Eles ficaram por 45 dias recolhidos no Ceip, uma unidade para internação provisória. Pela lei, o prazo máximo de internação em locais provisórios é justamente de 45 dias, e, vencido o prazo, houve a transferência.
A chegada deles ao CEM provocou protesto dos demais internos --superlotada, a unidade abriga 84 garotos, apesar de projetada para 60. Por dez minutos, os adolescentes da unidade ficaram batendo nas grades, com gritos, contrários à transferência.

Foguetes

O corpo de Gleison está no IML de Teresina, aguardando chegada dos parentes para liberação. Não foi autorizado que este procedimento pudesse ser feito pela assistente social de Castelo do Piauí, Ticiane Cavalcante Chaves Martins.

 

Flash Yala Sena
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