Cidadeverde.com

Bebê cardiopata que morreu a espera de cirurgia em Teresina recebe homenagem

Imprimir

Momento do descerramento da placa da brinquedoteca (foto: Graciane Sousa)

O recém-nascido Esdras Viana, que morreu no dia 21 de fevereiro deste ano, após esperar por dois meses uma transferência para que realizasse uma cirurgia no coração, foi homenageado durante a apresentação do Mapa da Violência 2015, elaborado pelo 4° Conselho Tutelar de Teresina, na manhã desta sexta-feira (20). O Conselho acompanhou todo o caso e, sensibilizados com a história, batizou a brinquedoteca da sede, localizado na Zona Leste, com o nome do bebê. 

Esdras nasceu com cardiopatia congênita e, na época, estava internado na Maternidade Dona Evangelina Rosa.  A mãe, o pai e a avó da criança agradeceram a homenagem e revela que o sentimento é de saudade. 

“Eu imaginava que ele pudesse estar aqui, mas a vontade de Deus é outra. Foram quase dois meses de sofrimento, mas tivemos a graça de ver o sorriso e o brilho nos olhinhos dele. Meu filho não está aqui, mas o espírito sim”, desabafou o pai de Esdras, Rafael Viana. 

A avó do bebe, Quitéria Silva, conta que o neto morreu para salvar a vida de outras pessoas. Ela relembra que após o falecimento do bebê outro recém-nascido, também com cardiopatia congênita, conseguiu transferência para tratamento em Pernambuco. A avó denuncia que a cirurgia não foi realizada por falta de estrutura.

“O sentimento hoje é de saudades. Ele faleceu para salvar a vida de outras pessoas. Ele morreu por negligencia e já estamos buscando justiça. Comparecemos em algumas audiências e recebemos, recentemente, o resultado da autopsia, que ainda está com o nosso advogado e divulgaremos em breve. Agradecemos a homenagem do Conselho Tutelar e também fazemos um apelo para que as pessoas dêem mais atenção ao Conselho seja com presentes, alimentos ou até mesmo com a presença”, disse a avó. 

A avó e os pais de Esdras agradeceram a homenagem e dizem que o sentimento é de saudade (Foto: Graciane Sousa)

“Esdras nasceu no dia 21 de dezembro de 2015, e foi diagnosticado com cardiopatia congênita no dia 22, ou seja, um dia após o nascimento.  No dia 11 de janeiro de 2016, ele recebeu tratamento fora do domicílio e somente no dia 15 de janeiro que entrou no sistema – para conseguir a cirurgia. A criança veio a óbito no dia 21 janeiro de 2016, a espera de uma cirurgia que era para ter sido feita na primeira semana de vida", destacou o conselheiro Djan Moreira.

Com relação à morte da criança, que sofreu uma parada cardiorrespiratória, Djan comentou que a informação recebida pelo Conselho Tutelar é de que a maternidade estava agilizando o processo de transferência porque a cirurgia não é realizada no Piauí por falta de equipes especializadas nesse procedimento. “O diretor (da maternidade) nos comunicou que a essa cirurgia poderia ser realizada pelo Hospital Universitário ou Hospital Getulio Vargas, mas é necessário encaminhar os bebês para outros estados”, disse. Vários orgãos e entidades foram acionados após a morte do bebê. 

Segundo o conselheiro tutelar Djan Moreira, pelo menos duas crianças nascem por mês com alguma grave cardiopatia congênita no Piauí.

A mãe Geonava Moraes com a fotografia do filho Esdras (Foto: Graciane Sousa) 

Carlienne Carpaso e Graciane Sousa
[email protected] 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais