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57% dos condenados na Justiça no PI voltam a cometer crimes, diz pesquisa

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Mais da metade dos apenados que respondem a processos criminais na Vara de Execuções Penais do Piauí são reincidentes. É o que revelam os dados de uma pesquisa pioneira no Estado feita pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Piauí (GMF) e pela Uninovafapi. Segundo os dados 57,21% dos apenados já tem mais de um processo correndo na vara, ou seja cometeram mais de um crime antes que o primeiro fosse julgado.

O trabalho foi comandado pelo coordenador adjunto do GMF, juiz José Vidal de Freitas Filho e pelo professor e advocado Lucas Villa. "Na verdade o que esses números mostram é que tem que se ter um foco maior na reinserção social dessas pessoas para que elas não voltem a delinquir porque elas não estão cometendo só um crime", pontuou o delegado.

O levantamento foi realizado nos dados dos apenados da Vara de Execuções Penais de Teresina, de 2.886 pessoas, à época do início dos trabalhos, no segundo semestre de 2015, sendo pesquisados 575 processos, com a margem de erro de 2,61%.

Para o juiz, a questão da criminalidade não está restrita apenas a um grupo social reincidente e segundo ele já está incutida na cultura" Há de se buscar o motivo de mais da metade das pessoas do universo que cometeram crime terem feito mais de um e não terem sido condenadas dentro de um prazo", pontuou o magistrado que acrescenta que a realização de pesquisas no sistema prisional é de extrema importância para a elaboração de políticas públicas voltadas à redução da violência e da criminalidade.

"Um dado tão elevado mostra que o Estado precisa agir urgentemente com todos os seus poderes e que a própria sociedade precisa agir, contribuindo . O resultado dessa pesquisa demonstra que o estado está falhando na reinserção social dessas pessoas e isso não tem sido suficiente para retirá-las da prática criminosa - não porquê mereçam, mas no sentido de que é bom para a própria sociedade é importante para que haja diminuição da criminalidade", concluiu.

Rayldo Pereira
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