Mais de 40 corpos de pessoas não identificadas permanecem de forma irregular no Instituto Médico Legal (IML), zona Sul de Teresina, por falta de caixões para que sejam enterrados. O diretor do Instituto, Janiel Guedes, diz que um outro ponto agrava o problema e é motivo de reclamação dos moradores da região: duas geladeiras que conservam os corpos tiveram problemas e o mau cheiro tomou conta do bairro.
Ele explica que os caixões eram repassados pela Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc), mas que agora deveriam ser de responsabilidade das prefeituras, no entanto, ainda há impasse e enquanto não resolve os corpos continuam no Instituto, alguns deles com quase um ano no local.
"A maioria é de indigente e outros que não foram identificados. Tem corpos de um ano. As geladeiras estavam todas funcionando com exceção de duas das 11. A maioria estava na garantia da empresa Cozil, que liberou a ordem de serviço para a assistência técnica fazer o serviço, mas demorou. Ainda pensei em tirar o dinheiro do suprimento e mandar outra empresa arrumar, mas cobram no mínimo mil reais. O técnico começou a mexer nas geladeiras e o resultado não foi imediato porque tinha que comprar peças e isso gerou os transtornos. São elas que estão gerando o odor, porque devem funcionar abaixo de zero e estão ficando a 5 ou 6 graus e descongelam os corpos", explicou.
O diretor explica que o pico de odor aconteceu na madrugada deste sábado(04), mas contratou um serviço que consertou o problema e o odor diminuiu. "Estamos fazendo uma faxina geral e não quer dizer que não venha acontecer novamente", destaca Janiel Guedes.
Moradores das quadras 80 a 83 do bairro Saci, zona Sul de Teresina, reclamam do mau cheiro que sai do Instituto. Na noite desta sexta-feira(03), eles tiveram que fechar portas e janelas ainda mais cedo por não aguentarem o fedor que tomou de conta das ruas próximas.
Um casal de moradores, que não quiseram se identificar, dizem que o mau cheiro é frequente e que nesta noite mal conseguiram dormir. A aposentada Rosária Oliveira afirma que chegou a passar mal.
O diretor explicou que a situação já foi resolvida e que os técnicos têm feito faxinas e limpezas no local para tentar minimizar o mau cheiro e que a situação deve normalizar dentro de alguns dias. Ao todo, são 11 geladeiras que armazenam os corpos e duas apresentaram problemas. Segundo ele, o problema das geladeiras já foi resolvido. No momento, ele afirmou que busca soluções para realizar o enterro dos corpos.
Maria Romero e Caroline Oliveira
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