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Férrer acredita que afastamento de Calheiros não interfere em votações no Senado

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O senador Elmano Férrer (PTB-PI) acredita na postura moderada do vice-presidente do Senado Federal, o senador Jorge Viana (PT-AC), que assume a presidência da Casa, após o afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) do cargo, ontem (05). Esse é um dos assuntos mais comentados das últimas 24 horas. Isso porque o petista ainda não decidiu sobre votações importantes na Casa, como a PEC dos Gastos Públicos, prevista para ser votada na próxima semana. 

Elmado disse em entrevista ao Notícia da Manhã, desta terça-feira (06), que existe um acordo anteriormente firmado entre líderes para a votação de propostas enviadas pelo presidente da República, Michel Temer (PMDB). 

"Temos uma pauta previamente estabelecida em decorrência de um acordo feito entre lideranças dos partidos que têm assentos no Senado. O afastamento é um fato novo e que nós vamos aguardar. Constitucionalmente e regimentalmente, quem assume é o vice-presidente, no caso o Jorge Viana (PT), ou seja, do partido de oposição ao atual Governo. Trata-se de um senador moderado, com experiência de ex-governador e que já está no Senado há algum tempo. Enfim, devemos ter reunião dos líderes do Senado e também da mesa diretora", disse o piauiense. 

Férrer ressalta que o dia hoje será de intensa discussão no Senado. Ele enfatiza a crise política do país e espera que as votações da  Casa sejam mantidas.

"Esperamos que a pauta seja mantida. O fato ocorreu ontem a noite, a notificação ainda não foi recebida pela presidência do Senado. Creio que na manhã de hoje, esses pontos sejam definidos. Essa matéria é do mais alto interesse do país. Reconhecemos a crise que o país vive, desemprego em massa, atividades econômicas em queda e essa crise política, que pende para uma crise institucional, que estamos tentando evitar, uma vez que, não é boa para ninguém. Sobretudo, para o país e o povo", finaliza Elmano Férrer. 

Afastamento

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello concedeu liminar (decisão provisória) nesta segunda-feira (5) para afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. Ele, porém, mantém o mandato de senador.

O ministro atendeu a pedido do partido Rede Sustentabilidade e entendeu que, como Renan Calheiros virou réu no Supremo, não pode continuar no cargo em razão de estar na linha sucessória da Presidência da República.

Em nota enviada pela assessoria, Renan Calheiros disse que só irá se manifestar sobre o afastamento após conhecer "oficialmente" o inteiro teor da decisão liminar. A nota diz ainda que o peemedebista consultará seus advogados sobre as medidas adequadas a serem adotadas após a decisão de Marco Aurélio que, segundo Renan, foi tomada "contra o Senado Federal".

O senador marcou de receber a notificação nesta terça, às 11h, no Senado. Ontem, por volta das 21h30, um oficial de Justiça chegou à residência oficial do Senado, onde mora Renan Calheiros, dizendo: “Vim entregar a decisão do ministro”. O homem passou pelo portão e ficou aguardando ser recebido na porta da casa. Passados dois minutos, uma mulher apareceu na porta da residência e conversou com o oficial de Justiça, que foi embora sem falar com a imprensa.

 


Graciane Sousa
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