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Com chuvas abaixo da média, 40 cidades do Piauí podem ficar sem água

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Cerca de 40 cidades do interior do Piauí correm o risco de ficarem sem água nas torneiras. São cidades que estão em áreas mais castigadas pela estiagem e que já tem registrado problemas históricos com a produção agrícola. Agora o problema deve atingir também a área urbana.

Mesmo com as chuvas recentes que caíram no Estado, as barragens fundamentais para o serviço de captação e distribuição de água estão com seus níveis bem abaixo do normal. Um exemplo é o da cidade de São Raimundo Nonato, que teve em fevereiro apenas uma chuva registrada. 

A barragem Petrônio Portela, que abastece o município e outras oito cidades, está com apenas 8% da sua capacidade de armazenamento.  No mesmo período do ano passado, o volume era três vezes maior. Também barragens como a de Piaus estão com nível d'água muito baixo. A preocupação dos técnicos é a seguinte: se no período onde a chuvas são mais abundantes não houve chuva suficiente para recuperar as barragens, até o final do ano não haverá água para atender a todos.

"As providências são as que já vem sendo tomadas e em São Raimundo Nonato está em curso a construção de uma adutora de engate para que nós tenhamos outro manancial para abastecer o sistema da adutora do Garrincho dada essa situação que hoje já mostra que em bem pouco tempo nós já estaremos com problemas no abastecimento por lá", explicou o diretor da Defesa Civil Estadual, Vitorino Tavares.

Ele acrescenta que em pouco tempo pode faltar água para consumo nessas regiões, pois barragens como a Petrôneo Portela passarão a operar em volume morto. "A gente observa que com essa pouca água a qualidade é totalmente comprometida. Seja por conta do mal cheiro ou por conta da densidade, então tudo isso faz com que a gente precise encontrar uma solução o mais rápido possível", acrescentou.

Boa parte dos municípios da região de Fronteiras, Marcolândia, Alegrete e São Julião são abastecidos hoje por grandes barragens, sejam elas Piaus, Estreito, Barragem de Barreiras, Barragem de Fronteiras e também a barragem de Caboclo. Segundo a Defesa Civil Estadual, todas elas estão com menos de 15% de seus volumes. A barragem de Fronteiras por exemplo está com 2% da sua capacidade.

"Diante disto não resta dúvida que nós teremos problemas de abastecimento nestes municípios. Para uma captação volumosa no açude Piaus bem como no Açude Fronteiras precisaríamos de uma capacidade de chuva aí grande, pelo menos 500 ml de chuva nos próximos meses até maio e se acontecesse isso poderia haver uma recomposição da lâmina d'água e evitar esse problema", concluiu.

Meteorologia

Ao contrário do que espera a Defesa Civil Estadual, a previsão não é nada animadora. Sônia Feitosa, gerente de hidrometeorologia da Semar explica que a previsão para a região do semi-árido e extremo Sul do Piauí é de chuvas abaixo da média.

Segundo Sônia a média anual de chuvas na região é de 860 ml para a área. Só deve superar a média a região Norte do Piauí que tem previsões de chuva. O sudoeste permanece com níveis normais.

"Infelizmente as chuvas que ainda devem cair naquela região não são chuvas pesadas que podem contribuir no abastecimento. Somente chuvas finas que ajudam a agricultura", pontuou.

 

Rayldo Pereira
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