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Delatados são da mesma família em onze casos

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Empresa familiar que tem pai e filho (Emílio e Marcelo) colaborando com a Justiça, a Odebrecht também fez delações de famílias na hora de tratar da situação de políticos. Em onze casos sob jurisdição do Supremo Tribunal Federal (STF) as investigações unem pai e filho, marido e mulher ou irmãos.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é quem tem a maior família entre os delatados. Ele responde a um inquérito junto com seu pai, o vereador e ex-prefeito do Rio, César Maia. Segundo os delatores, Rodrigo obteve recursos de caixa 2 para a campanha do pai e também recebeu para ele próprio. O presidente da Câmara responde ainda a outra inquérito por ter recebido R$ 100 mil para ajudar na aprovação de uma Medida Provisória (MP) que beneficiava a empreiteira.

Além do pai, a família de Rodrigo Maia está representada por seu sogro. O presidente da Câmara é casado com uma filha do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. O ministro responde pelo pedido de R$ 4 milhões de recursos usados em caixa 2 em campanhas do PMDB em 2014 em troca de ajudar a empresa no processo de licitação de aeroportos quando comandava a área de Aviação Civil, ainda na gestão Dilma Rousseff.

As relações de pai e filho são as mais comuns nos delatados em família. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), responde junto com seu filho, o governador alagoano Renan Filho (PMDB), em dois inquéritos. Eles teriam participado de um acordo para desviar recursos da obra do Canal do Sertão e ainda recebido recursos a título de caixa dois. No caso do pai, há ainda outros dois inquéritos em que as companhias são outras.

O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), está junto com seu filho, o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN). Os dois teriam recebido doações por meio de caixa dois como contrapartida por defender interesses da Odebrecht Ambiental na área de saneamento básico no estado.

O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), tem o seu filho, Rodrigo Jucá, como companhia em um dos inquéritos. O pai ajudou a Odebrecht nas negociações de uma Medida Provisória e conseguiu uma doação eleitoral de R$ 150 mil para o filho. Romero Jucá responde ainda a outros quatro inquéritos.

O pedido de doação de pai para filho foi também o motivo que levou o ex-ministro José Dirceu a ser investigado no Supremo junto com Zeca Dirceu, deputado federal. O pai conseguiu levantar o dinheiro para Zeca como contrapartida a intermediação de interesses da Odebrecht no governo.

Na Câmara, os filhos Antonio Brito (PSD-BA) e Daniel Vilela (PMDB-GO) também são investigados junto com seus pais, Edvaldo Brito (PTB-BA) e Maguito Vilela (PMDB-GO).

Casais que prometeram estar unidos para sempre no altar permanecem juntos em inquéritos no STF. A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) tem a companhia do marido Moisés Pinto Gomes. Ele intermediou pagamentos de caixa 2 para a senadora no ano de 2014, segundo os delatores.

A também senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) está acompanhada pelo marido Eron Bezerra, ex-secretário. Eron teria pedido doações de caixa dois para Vanessa.

O terceiro casal da lista é formado pelo deputado federal Décio Lima (PT-SC) e a deputada estadual catarinense Ana Paula Lima (PT-SC). Décio foi quem pediu caixa 2 para a campanha dela à prefeita de Blumenau em 2012.

Os conhecidos irmãos Viana, do Acre, não ficaram de fora. O governador Tião Viana (PT) e o senador Jorge Viana (PT) respondem juntos. Jorge teria pedido e a Odebrecht teria pago R$ 1,5 milhão, por meio de caixa 2, para a campanha de Tião em 2010.


Fonte: O Globo 

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