Ela foi pioneira em um ramo dominado pelos homens como forma de cortejar suas pretendentes. A musicista Adalgisa Paiva despontou como primeira professora particular de piano do Piauí, além de ter feito sucesso em grandes casas do Rio de Janeiro.
Fotos: Reprodução TV Cidade Verde
A história desse ícone cultural do Estado foi contada por sua bisneta, uma administradora de Teresina que carrega o nome em homenagem à avó: Adalgisa Paiva e Silva. Ela mostrou fotos que retratam os costumes das teresinenses através do tempo.
“Minha bisavó tinha uma grande veia artística e procurou a igreja na tentativa de divulgar o seu trabalho. Logo ela conseguiu estar em várias escolas dando aula e divulgando a música e a arte”, relata.
A Adalgisa “original” estudou piano com o maestro Villa Lobos. Por seu desempenho de destaque, foi homenageada dando nome à Escola de Música da Universidade Federal do Piauí (UFPI) além de ser nome de uma rua na capital do Piauí.
“Minha avó, que também era Adalgisa, era mais recata e subserviente ao marido. Ela não seguiu pela música e se dedicou à literatura. Lançou livros e entrou para a história da cultura do Estado”, conta Adalgisa Neta.
Adalgisa Neta.
A avó começou a estudar piano no Curso Ginasial, realizado no Colégio Sagrado Coração de Jesus. Mas a careira decolou quando passou a acompanhar películas cinematográficas no Cinema Olymphia.
Se firmando como professora
Adalgisa Paiva e Silva dava aulas de pianos paras as filhas da Teresina abastarda. Essa, apresentou-se como a oportunidade perfeita para crescer e fazer, de seu tão amado ofício, uma forma de entrar para a posteridade.
Ela promovia o espetáculo “Hora de Arte”, no Teatro 4 de Setembro, sempre aos domingos. As apresentações não se limitavam à música e sempre se mostravam como uma ode em homenagem à arte. Adalgisa ensaia coreografias e ensinava também o canto.
“Minha bisavó conheceu meu bisavô durante essas apresentações. Ela era uma grande mulher”, explica a administradora.
Lívio Galeno