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Pai é suspeito de torturar criança de 3 anos, diz Conselho Tutelar

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Pai da menor nega as acusações de maus tratos

 

Uma criança de apenas três anos foi levada pelo Conselho Tutelar da Zona Leste após denúncia de que ela estaria sendo torturada pelo pai, o sapateiro Esmeraldio Pires.

O caso foi registrado no bairro Cidade Jardim, zona Leste de Teresina. O sapateiro havia deixado suas duas filhas, uma de 5 e uma de 3 anos, na creche Maria de Jesus Araújo Silveira, que fica ao lado do centro de produção onde ele trabalha. 

Ao chegar para buscá-las na noite desta quarta-feira (29), o pai foi informado de que a filha mais nova havia sido entregue ao Conselho Tutelar. "Ninguém soube me explicar o motivo. Na minha concepção, isso é um sequestro, porque não me disseram nada", declarou o sapateiro.

A diretora da escola não deu entrevista à TV Cidade Verde. Moradores do bairro ficaram revoltados com a falta de resposta da creche. Uma funcionária foi até o portão e explicou que durante o expediente, uma conselheira tutelar foi até a escola e pediu a menina. 

A TV Cidade Verde entrou em contato com o Conselho Tutelar, que informou que a criança de 3 anos era torturada pelo pai e apresentava queimaduras de cigarro no corpo e no olho. O pai nega as acusações. "Lá em casa ninguém fuma, ninguém bebe. Isso não é verdade. Somos religiosos", defendeu-se.

Atualizada às 9h55

O Cidadeverde.com entrou em contato com o Conselho Tutelar da Zona Leste na manhã desta quinta-feira (31), que informou que a criança de 3 anos foi acolhida em um abrigo, onde permanecerá até que sejam liberados os resultados dos exames realizados ontem.

Segundo a conselheira Osaí Sousa, a denúncia que chegou até o órgão foi anônima e afirmava que a menina sofria maus tratos por parte do pai. Um Boletim de Ocorrência foi registrado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente - DPCA.

"Fomos até a casa da criança. Lá encontramos ela, as duas irmãs e a mãe, que é muda. Como não conseguimos nos comunicar, fomos até a escola onde ela estuda. No local, conversamos com a menina e notamos que ela é tímida e retraída. Percebemos as manchas de supostas queimaduras e pedimos que a diretora nos acompanhasse até a DPCA", informou a conselheira. 

Da delegacia, a conselheira e a diretora foram até o Instituto de Medicina Legal (IML), onde a menina foi submetida a um exame de corpo delito. Há suspeitas de que as queimaduras sejam de segundo grau. As lesões já estavam em fase de cicatrização. 

Depois do exame no IML, a menina foi levada ao Serviço de Atenção às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Samvis), que funciona na maternidade Evangelina Rosa. Lá, levantou-se a suspeita de que a menor também sofria abusos sexuais. 

 
 

"Não estamos confirmando que foi o pai. Ele até tem uma boa imagem perante as pessoas que moram no bairro, mas se ele não for o autor dos abusos, ele responderá pelo menos por negligência, porque não procurou ajuda para a filha", disse a conselheira.

Osaí informou ainda que o Conselho Tutelar apresentará a situação à juíza da Infância, Maria Luíza, para que seja expedido um mandado de busca e apreensão das irmãs da menina, que têm 5 e 8 anos. 

"Acreditamos que essas meninas devem ser ouvidas e se houver suspeitas de maus tratos, devem ser acolhidas em abrigos, assim como a irmã menor", defende a conselheira. 

 

Jordana Cury
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