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Polícia Civil suspende operações e prisões em Teresina por tempo indeterminado

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Luci Keiko, gerente de Policiamento Metropolitano (Foto: Wilson Filho/CidadeVerde.com)

A Polícia Civil suspendeu no início da tarde desta quarta-feira (8) operações e prisões em flagrante por tempo indeterminado em Teresina. A medida foi tomada pela Gerência de Policiamento Metropolitano (GPM).

De acordo com o gerente de Policiamento Metropolitano, a suspensão dos serviços foi definida porque, segundo ele, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) não consegue fornecer vagas para presos da capital.

Responsável pela GPM, o delegado Luci Keiko afirmou que a Polícia Civil solicitou à Sejus 70 vagas na última segunda-feira (6), mas só teve disponibilizadas 10. Na terça e na quarta, a Polícia fez novas solicitações e novamente não foi atendida.

"O sistema prisional não comporta mais ninguém. Quem está causando esse problema é a Secretaria de Justiça. Cada ente tem seu papel. O papel da Polícia Militar é prevenir. O nosso é investigar e prender. Estamos cumprindo o nosso papel. A Secretaria de Justiça é que não está acompanhando nosso ritmo", disparou Luci Keiko.

Segundo o gerente de Policiamento Metropolitano, a decisão de suspender operações e prisões da Polícia Civil em Teresina pelos próximos dias não passou pela aprovação do delegado geral Riedel Batista. "Já perdi a paciência. Todo dia é uma lamentação. Há três meses nós tentamos obter uma resolução definitiva para esse problema. É uma decisão minha. Se quiser me exonerar do cargo, nem me importo", desabafou Luci Keiko.

Atualmente, aproximadamente 90 presos estão sob a custódia da Polícia Civil em Teresina. A maior parte deles (cerca de 80) está na Central de Flagrantes. Os demais, na Polinter.

Secretário de Justiça lamenta

Em contato com o CidadeVerde.com, o secretário estadual de Justiça, Daniel Oliveira, afirmou que respeita e compreende a insatisfação do delegado Luci Keiko, mas que ficou surpreso com as declarações.

"Respeito e compreendo a insatisfação, mas estranho. A Secretaria de Justiça em nenhum momento se recusou a receber novos presos. Nosso compromisso é manter irrestritamente todo o sistema de justiça", comentou por telefone. "Lamento a postura do delegado em dizer que não vai mais prender. O nosso compromisso é continuar a receber. Todas as vezes em que há solicitação, dialogamos com os gerentes dos presídios para saber se há vagas dentro do limite de segurança. Não vai haver descontinuidade", completou.


Daniel Oliveira, secretário de Justiça (Foto: Jairo Moura/CidadeVerde.com)

Há três meses no cargo, Daniel Oliveira se reuniu na tarde desta quarta-feira com o secretário de Segurança Fábio Abreu para tratar do assunto. "Nosso plano emergencial é abrir o presídio de Altos em maio. Não é confortável, mas é o que vamos tentar fazer", finalizou.

Confira a nota enviada pela Sejus ao CidadeVerde.com:

"NOTA DE ESCLARECIMENTO
 
A respeito das declarações do gerente de Policiamento Metropolitano, delegado Luci Keiko, sobre a suspensão de operações e prisões em Teresina por conta da falta de vagas no sistema prisional, a Secretaria Estadual de Justiça esclarece:
 
O secretário estadual de Justiça, Daniel Oliveira, está buscando alternativas, juntamente com o secretário estadual de Segurança, Fábio Abreu, para atender à demanda da Central de Flagrantes.
 
A falta de vagas nas unidades prisionais é um dos problemas do sistema penitenciário do Estado, mas em nenhum momento a Secretaria de Segurança, através da Polícia Civil, terá seu trabalho prejudicado ou paralisado por conta dessa problemática.
 
A Secretaria de Justiça, a exemplo da estratégia adotada no feriado no carnaval, vem buscando mais vagas nas unidades do interior do Estado para atender as necessidades da capital.
 
O secretário Daniel Oliveira recebeu as declarações do delegado com estranheza, visto que vem trabalhando conjuntamente com a Polícia Civil a favor da Segurança Pública do Piauí."

 

 

Flávio Meireles
[email protected]

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