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Promotor Eliardo avisa: "se alguém pegou a carapuça, faça bom uso"

O promotor Eliardo Cabral, que acompanha o inquérito que investiga a morte de Fernanda Lages, respondeu hoje (27) às críticas sobre suas declarações aos veículos de comunicação. Durante entrevista ao vivo no Jornal do Piauí, o apresentador Tony Trindade comentou que algumas pessoas estariam incomodadas com as declarações de que o suspeito é ligado à obra em que o corpo foi encontrado e que o caso foi queima de arquivo.



Em resposta, Eliardo disparou irritado: "Não se trata de ir pela cabeça de ninguém. Eu não vou esperar que o pai da vítima venha a público e diga o nome do assassino. Se tiver que repetir eu repito. Trabalhamos com provas testemunhais, provas indiciárias e quando eu vejo, sem timidez, que uma pessoa está mentindo eu tenho prova indiciária. Na luz das provas, ela foi envolvida numa trama e saiu de lá sabendo muito e incomodou seus algozes. Eu não me referi a ninguém, mas se alguém pegou a carapuça e botou na cabeça faça bom uso".


Ontem (26), Eliardo afirmou, em entrevista, que o caso trata-se de queima de arquivo e que Fernanda foi levada até o local do crime por uma pessoa que conhecia a obra.


O outro promotor que acompanha o caso, Ubiraci Rocha, comentou também durante o jornal, que prefere tomar uma postura mais moderada. Porém, afirmou que o Ministério Público desconfia da postura do vigilante da obra.


"Em conversa com os peritos locais eles mostraram fotos, mas não há um trabalho concluído, não podemos falar do que não conhecemos. O concreto é essa história do vigia. Acreditamos que ele sabe demais. É uma convicção que temos. Tivemos a oportunidade de inquirir [o vigia] e sentimos que ainda faltava mais elementos de convicção porque não é razoável que alguém que vê uma mão num portão e não vê o corpo da pessoa... Isso desafia a própria lógica", disse Ubiraci Rocha.


O promotor comentou também que as declarações de Eliardo são opinião pessoal. "Só haverá uma posição do MP, que seria mais prudente uma declaração oficial, depois de analisar todos os laudos, confrontar provas, reinquirir testemunhas. Num momento posterior a esse é que haveremos, em conjunto e quem sabe em uma coletiva, externar a posição do Ministério Público sobre o que ocorreu", declarou.


Para Ubiraci, as divulgações de informações podem inibir testemunhas a revelarem mais detalhes que envolvem o crime.




Leilane Nunes
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