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Associação Caatinga busca transformar comunidades do Piauí

Há quatro anos, o projeto No Clima da Caatinga, realizado pela Associação Caatinga, promove oficinas de capacitação para moradores do semiárido brasileiro. Na nova fase do projeto, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal, serão realizadas três capacitações em 10 comunidades de Buriti dos Montes, no Piauí. O objetivo das ações é contribuir de forma direta e indireta para a conservação da Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro e um dos mais ameaçados do país.

 A novidade desta edição será a capacitação do sistema bioágua, que consiste no reaproveitamento da água para irrigação destinada à produção de alimentos. A água utilizada passa por um processo de filtragem com mecanismos de impedimento físico e biológico das partículas e resíduos presentes na água cinza. A matéria orgânica é biodegradada por uma população de microrganismos e minhocas (Eisenia fetida) retirando de seus principais poluentes.

 O processo de transferência tecnológica iniciará em agosto de 2018. As capacitações desta tecnologia social serão realizadas após o levantamento socioeconômico ambiental e escolha das famílias que participarão das atividades e receberão a tecnologia nas suas residências. Ao todo, cinco famílias de comunidades do Piauí serão aprovadas após responderem um questionário criterioso.

 A capacitação será realizada em três momentos: no primeiro, será realizada uma visita de intercâmbio na residência de alguma família que já utiliza o sistema, onde conhecerão a tecnologia e seu funcionamento. Na segunda etapa, serão iniciadas as construções dos sistemas e o aprendizado do uso da tecnologia e manejo para todas as famílias. Por fim, será promovida uma capacitação em práticas agrícolas com material didático sobre manejo e cuidados com a tecnologia social. Com isso, as famílias poderão aumentar a produção de alimentos e oferta de água, já que aproximadamente 300 litros serão reusados diariamente.

 Cisternas de placas

Para setembro, estão previstas atividades de capacitação que abordarão o principal drama social da Caatinga: a falta de água. Com uma média anual de chuva de 650 mm, a quantidade seria suficiente para abastecer as famílias no período de seca, se devidamente armazenada. Para isso, o projeto No Clima da Caatinga vai promover a capacitação de cisternas de placas.

 Desde o início de abril, o projeto está realizando o levantamento socioeconômico para que a tecnologia seja destinada a famílias que realmente necessitem da ajuda. Na segunda etapa, será feita capacitações com as famílias sobre a importância dos cuidados com a água e como realizar o manuseio correto da cisterna para que se possa usufruir de seus benefícios. Na terceira e última fase, serão construídas 30 cisternas. No mínimo um membro de cada família beneficiada com a tecnologia participara da capacitação, que será aberta a todos os membros da família selecionada, podendo alcançar um número maior de pessoas capacitadas. 

 As capacitações são partes essenciais para a disseminação do conhecimento da tecnologia social. Com as informações adquiridas, os moradores das 10 comunidades poderão usar e realizar manutenções das cisternas.

 Resíduos Sólidos

 A partir do segundo semestre do ano, o projeto promoverá ações de conscientização e capacitações de reaproveitamento de resíduos sólidos. A expectativa é que 150 pessoas participem das oficinas e que 40 moradores sejam capacitados em compostagem. 

 As ativações serão realizadas de duas formas: cinco oficinas de sensibilização sobre o reaproveitamento e duas capacitações de 16 horas sobre produção de composto orgânico. Todos os participantes receberão material didático contendo informações sobre resíduos sólidos e compostagem. A proposta é mostrar como o adubo produzido com o reaproveitamento dos resíduos pode ser usado no trabalho de roças, canteiros, quintais produtivos de residências e, até mesmo, ser vendido.

 Nas outras edições, foram sensibilizadas 828 pessoas em 31 comunidades do Ceará sobre a gestão participativa dos resíduos sólidos e 218 foram capacitadas na produção de composto orgânico. Dezenove composteiras foram criadas em 19 comunidades diferentes. Nesta etapa, será feita a reposição de 50 coletores nas comunidades já atendidas do Ceará. O projeto viabilizou 80 coletores para 13 comunidades fazerem a coleta seletiva de resíduos sólidos. Esta ação é inédita no estado e se destacou pelo pioneirismo, já que nem a capital Fortaleza promove tal serviço.

 Projeto no Clima da Caatinga

As ações de restauração florestal, educação ambiental e de tecnologias sustentáveis do projeto No Clima da Caatinga já recuperaram 16 nascentes e 69 hectares de reservas legais e áreas de proteção permanente entre o Ceará e o Piauí. Três novas reservas naturais foram criadas e duas tecnologias sustentáveis certificadas. No total, 3300 famílias foram envolvidas, mais de 1600 pessoas capacitadas em tecnologias sustentáveis e 500 educadores em ações de educação ambiental sensibilizando mais de 20 mil alunos de 40 comunidades diferentes.

Fonte: Ascom

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