Foto: Defesa Civil de Barras
A pandemia do coronavírus impacta diretamente na ajuda humanitária aos desabrigados por causa da cheia do rio Marathaoan, na cidade de Barras, no interior do Piauí. O prefeito Carlos Monte conta que está difícil manter a assistência às famílias afetadas pelas chuvas e teve que solicitar apoio do Exército.
"Os voluntários e os próprios servidores municipais que estavam ajudando na assistência aos desabrigados estão com medo de sair de casa. A recomendação é que toda a população fique em casa, não manter contato e agora vão ter que sair para ajudar os desabrigados? é uma situação muito complicada. Por isso, solicitei à Defesa Civil Estadual que enviasse o Exército para fazer essa ajuda humanitária e mais homens do Corpo de Bombeiros. O coronavírus tem sido o grande complicador e as pessoas estão no direito de se preservar", explica o prefeito.
Atualmente, 500 pessoas tiveram que sair de suas residências para abrigos, casas acolhedoras ou mesmo de parentes. Entre essas, algumas permanecem onde moram, mas estão ilhadas. Outro agravante, segundo o prefeito, é a situação das estradas, sem condição de trafegabilidade.
O boletim mais recente do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Parnaíba revela que o Rio Marathaoan atingiu a cota de 5,36 metros, neste domingo (22), com previsão de elevação nas próximas horas.
Foto: Defesa Civil de Barras
"Se subir mais 0,15 cm será uma loucura. Temos cerca de 500 pessoas desabrigadas e se subir mais 0,20 cm ou 0,30 cm serão de 2 a 3 mil pessoas desabrigadas, incluindo a cidade e também a zona rural. Será algo como a cheia histórica que ocorreu em 2009", declarou o prefeito.
Carlos Monte disse ainda que, mesmo sem ajudar fisicamente, alguns moradores de Barras têm oferecido apoio como podem, por exemplo, emprestando veículos para levar ajuda aos desabrigados. Para evitar aglomeração, a Defesa Civil Municipal tem reduzido o número de desabrigados em cada abrigo.
"Nos abrigos onde cabiam seis pessoas estamos colocando duas para reduzir o contingente dentro de cada espaço. A situação é muito complicada", conclui o prefeito Carlos Monte.
Graciane Sousa
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