No terminal Rui Barbosa, na zona Norte, dezenas de passageiros, entre eles idosos e crianças, se aglomeram nos acentos e as faixas de distanciamento não são respeitadas. Muitas pessoas levam sacolas de supermercado, algumas com produtos de necessidade básica, outras com mercadorias como confecções.
A dona de casa Maria do Socorro, 57 anos, saiu do bairro Jacinta Andrade para sacar o benefício do filho no Centro de Teresina. Após enfrentar uma fila na agência, ela ainda passou no Mercado Central onde fez compras. Ao ser questionada sobre a necessidade de comprar produtos tão distante de casa, ela argumentou: "É pra dar uma viagem só. Já ia sacar o dinheiro, aproveitei e fiz a feira pra 15 dias".
A estudante Ana Clara saiu de casa para comprar um remédio para a mãe, que é diabética. Ela conta que aguarda há mais de uma hora pelo ônibus que faz linha para o Centro. "Nas farmácias daqui de perto não tem o remédio. Delivery é muito caro lá para o meu bairro. Vou ter que ir lá comprar. Agora está demorando demais. Eles reduziram para evitar a circulação de pessoas mas fez foi aumentar", reclamou.
Segundo o fiscal do terminal Edimar Santos, apenas 10% dos ônibus está circulando em comparação a um dia normal, sem isolamento social. Há saída de ônibus de 30 em 30 minutos.
"Só nos horários de pico, 6h da manhã e 6h da noite que as empresas estão liberando o dobro dos ônibus pra evitar lotação. Os que passam dois ônibus ficam com quatro nos horários de pico. Isso está impedindo que tenha lotação", contou.
O Cidadeverde.com esteve no terminal às 11h30 desta terça-feira. Com as janelas abertas, os ônibus não chegavam nem saíam lotados. No entanto, não há higienização dos veículos entre uma saída e outra. Segundo o fiscal, o terminal do São Joaquim ainda não passou por sanitização da prefeitura.
Os motoristas e cobradores são orientados a lavarem as mãos entre uma viagem e outra.
Número de idosos
O número de idosos nas paradas ainda é expressivo. Segundo o fiscal do terminal, nós últimos dias a movimentação de pessoas acima de 60 aumentou. "Está no tempo deles tirarem o benefício então cresceu muito o número de idosos passando por aqui. Mesmo com a suspensão da gratuidade, muitos ainda insistem em vir, fazem confusão", disse.
Edimar lamentou ainda que muitas pessoas trazem a família nas saídas. "Muita gente vem pra cá com criança, com pessoas doentes. A gente fala pra ficar em casa mas as pessoas não entendem. Parece que é férias. Muitas pessoas humildes que não tem noção de como a situação é grave", disse.
Valmir Macêdo
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