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Bolsonaro terá de arcar com consequências de demissão de Mandetta, dizem líderes do DEM

Foto: Anderson Riedel/PR

 

Os líderes do DEM no Congresso, o deputado federal Efraim Filho (PB) e o senador Rodrigo Pacheco (MG), afirmaram na manhã desta quarta-feira (15) que se Jair Bolsonaro confirmar a decisão de demitir Luiz Henrique Mandetta (Saúde), que é do partido, cometerá um grande equívoco e terá que arcar com as consequências do que ocorrer no país.

"Ao Presidente Bolsonaro naturalmente caberá a decisão e as consequências sobre a demissão do Mandetta. Será uma péssima notícia para o Brasil", afirmou Efraim.

Pacheco diz que se Bolsonaro efetivar a demissão do auxiliar, cometerá um grande equívoco.

"O ministro Mandetta atua com base em fundamentos técnicos, com base em ciência, e dentro dos padrões da Organização Mundial de Saúde, que é seguida pela maioria dos países que tem enfrentado o coronavirus. Aqueles que não enfrentaram da forma como o Mandetta está sugerindo estão arcando com as consequências tardiamente e gravemente", disse o senador.

Os líderes da bancada do DEM manifestaram ainda desconforto com a atitude do Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, que também é do partido e que em entrevista coletiva nesta terça (14) fez questão, ao lado de Mandetta, de reafirmar lealdade incondicional a Bolsonaro, em um claro recado crítico ao colega.

"O Onyx não está sendo desleal, está sendo coerente com o que ele fez desde que surgiu o Bolsonaro. Ele sempre esteve ao lado do presidente. Só que nesse momento ele está fazendo uma opção de ficar ao lado do presidente Bolsonaro, quando o caminho correto é o caminho da ciência externado pelo ministro da saúde. E o ministro Onyx obviamente vai arcar com as consequências de suas opções, como todos vão arcar com as consequências de sua opções", afirmou Rodrigo Pacheco.

Para Efraim, Onyx -que foi deslocado da Casa Civil pra Cidadania em uma movimentação considerada de rebaixamento pelo DEM-, manteve a mesma narrativa externada no diálogo com o ex-ministro Osmar Terra (MDB), divulgado pela CNN Brasil, em que ambos defenderam a demissão de Mandetta.

"É um assunto entre os dois [Onyx e Mandetta], que tinham uma amizade de mais de dez anos juntos."

Conforme revelou a coluna Painel nesta terça, o ministro da Saúde já avisou à sua equipe que será demitido por Bolsonaro. Na manhã desta quarta, o presidente da República afirmou a apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, que irá "resolver" a questão na Saúde.

Além de Onyx e Mandetta, o DEM tem Tereza Cristina no ministério da Agricultura, mas os nomes são considerados escolha pessoal de Bolsonaro, não representando alinhamento com o Palácio do Planalto. O partido também comanda a presidência da Câmara, com Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, com Davi Alcolumbre (AP).

RANIER BRAGON
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

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