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Pesquisador diz que o uso da cloroquina se transformou em debate político

O uso da cloroquina  no tratamento da Covid-19 continua gerando polêmica. Para o neurocientista Miguel Nicolelis, um dos cientistas mais respeitados do mundo, a opção pelo medicamento se transformou em um debate político. Ele destaca que, até o momento, não há evidências científicas ou  médicas sobre os efeitos positivos do protocolo à base da medicação para combater o novo coronavírus. 

"A opção da cloroquina se transformou agora em um debate político. Tem pessoas que estão querendo forçar o uso da cloroquina no Brasil. Mesmo nos EUA, no começo, o presidente de lá também queria impor isso, mas o maior instituto de pesquisa do mundo já basicamente decretou que não há evidência científica nenhuma que a cloroquina possa ajudar. Então esse protocolo, até prove contrário, não tem validade nenhuma científica ou médica", disse o professor e pesquisador na Universidade Duke, nos Estados Unidos. 

Ontem (14), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, visitou o Hospital Regional Tibério Nunes, em Floriano, no interior do Piauí, para conhecer o procolo da cloroquina associado a antibióticos e corticóides no combate à doença. 

"Temos acompanhado no mundo todo,  os maiores especialistas, os institutos de pesquisa dos EUA e Europa e não há nenhuma evidência que a cloroquina tenha qualquer tipo de efeito em qualquer fase do tratamento do coronavírus. Inclusive, nesse caso específico do Piauí, aparentemente, um grupo foi visitar esse hospital e não encontrou nenhuma evidência científica até o momento de que há qualquer tipo de efeito positivo no protocolo", reitera Nicolelis que também é coordenador do comitê científico do consórcio nordeste que discute as principais ações de enfrentamento à Covid-19 na região.

Por videochamada à TV Cidade Verde, o  pesquisador citou ainda o exemplo de países como França e Suécia onde a cloroquina foi banida pelo Governo devido aos riscos de morte. 

"Parada cardíaca irreversível, arritmias ventriculares, insuficiência renal, insuficiência hepática. Infelizmente [gostaria de ter boas notícias nesse sentido] mas não existem evidências alguma e não é algo só do Brasil, é algo do mundo", disse Nicolelis. 

 

Graciane Sousa
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