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Sindhospi aciona Justiça para mudar horário de atendimento durante pandemia

Foto: Ascom Sindhospi

O presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado do Piauí (Sindhospi), médico  Jefferson Campelo, afirma que a categoria quer retomar as atividades essenciais de saúde obedecendo os critérios de higienização da Organização Mundial de Saúde, mas alguns pontos do decreto da Prefeitura de Teresina precisam ser revistos, como o horário de funcionamento dos estabelecimentos. O decreto de Teresina aponta para a abertura no período da tarde, mas a categoria opta pelo turno da manhã. 

"Primeiro, não concordamos com o horário de atendimento, o decreto contempla o horário da tarde, nós acreditamos que o mesmo tempo estabelecido poderia ser colocado pela manhã. É muito claro essa razão: as pessoas querem sair, serem atendidas, sair de jejum, fazer os seus exames, querem se consultar. Se colocar no horário da tarde essas pessoas vão passar 12 horas em jejum mais seis horas, são 18 horas de jejum. O paciente crônico, idoso, debilitado não tem condições de aguardar esse longo tempo de jejum", explica Campelo.

Jefferson Campelo ressalta que  "o retorno das atividades é importante e fundamental porque nós temos pacientes crônicos, portadores de doenças crônicas, que precisam procurar setores específicos da Medicina e que estão impossibilitados por conta desse bloqueio. Essas pessoas precisam de receitas, precisam de consultas, precisam de atendimento". 

O presidente do Sindhospi destaca que a categoria foi "o primeiro do segmentário da saúde em paralisar suas atividades, reconhecendo a importância do isolamento social, da etiqueta social".

"Então, nós demos o nosso exemplo. O que nós queremos agora, na verdade, é dizer também que nós não estamos de lados opostos. Estamos solidários as medidas do governo, estamos solidários também as medidas do município, isso é importante frisa. O que nós queremos na verdade é um retorno das atividades de forma organizada, até porque esse retorno foi validado pelo Conselho Regional de Medicina, que recomenda e reconhece o setor da saúde como essencial". 

Campelo reforça que outro ponto discutido na Justiça é a testagem obrigatória para o novo coronavírus dos colaboradores nas empresas.  "Algumas atribuições do poder público estão sendo repassadas para o setor privado, quando o município quer nos obrigar a fazer a testagem de todos os colaboradores. Isso tem dois pontos: o fato de se caro; empresas que já estão com as  suas atividades paralisadas a cerca de dois meses não tem como arcar com essa despesa".

Sobre isso, outro ponto em discussão levantado pelo sindicato é a quantidade insuficiente dos testes no mercado. "Não tem teste o suficiente. Talvez eu não encontre no mercado. Nem que eu tivesse dinheiro o suficiente para fazer essa despesa, eu não teria como encontrar esses testes. É totalmente inviável".  

"Além do mais, o município legisla sobre uma questão que é do Governo Federal, que é sobre saúde ocupacional. Quem avalia quais são os exames que  devem ser feitos nos colaboradores das empresas é o Ministério do Trabalho, e não o município", finaliza. 

O Jornal do Piauí entrou em contato com a Prefeitura de Teresina sobre as declarações destacadas, e aguarda retorno para maiores esclarecimentos. Na semana passada, a Justiça não autorizou o atendimento regular de clínicas e laboratório, o sindicato informou que irá recorrer dessa decisão.
 

Carlienne Carpaso
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