O embate entre alguns vereadores de Teresina e a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária), a respeito da desapropriação de moradores de regiões próximas ao aeroporto Senador Petrônio Portela reacendeu as polêmicas. “A obra do aeroporto Petrônio Portela da forma que está sendo colocada significaria a desapropriação de 1.126 famílias. Acreditamos que uma reforma na casa de passageiros amenizaria a precariedade dos serviços oferecidos pelo aeroporto até a inauguração de uma nova instalação”, enfatizou Teresa Britto (PV).
A parlamentar destacou que, recentemente, participou de uma reunião com a presença do deputado federal Júlio César (PSD) e do Superintendente da Infraero em Teresina, Wilson Estrela, onde, apareceram alguns equívocos relacionados a uma possível indenização aos moradores que, por ventura, sejam desapropriados de suas casas.
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“O orçamento feito pela Infraero aponta que não existe verba suficiente para indenizar as 1.126 famílias que moram no local. Na verdade existem R$ 7,5 milhões, sendo R$ 4,5 milhões deste valor será aplicado para melhorar a estrutura na casa de passageiro e aumentar as esteiras por onde passam as bagagens. O valor que restaria, não seria suficiente para tantas indenizações”, argumentou Teresa. Os R$ 3 milhões que sobrariam, divididos pelo número de famílias dá um valor de R$ 2.664 para cada.
O prefeito do Município, Elmano Férrer, revogou no último dia 16 o decreto que autorizava a desapropriação dos moradores de áreas próximas ao aeroporto. Porém, a Infraero afirma que ainda é possível haver a retirada de moradores do local.
Na discussão, a vereadora Teresa Britto, que integra a comissão de vereadores responsáveis por intermediar as negociações entre os residentes do local e a empresa responsável pela administração do aeroporto, aponta a reforma da casa de passageiros como alternativa para evitar a possível desapropriação de moradores e solução definitiva para o caso.
“Uma reforma na Casa do Passageiro amenizaria a situação, pois a pista do aeroporto de Teresina é maior do que a Congonhas (SP), totalizando 2.400 metros de extensão, enquanto a de São Paulo possui 2.100, defendemos o foco nas obras de um novo aeroporto”, salientou
Para Teresa Britto, o local ideal para o novo aeroporto seria a zona rural de Teresina, mas observa que embora o impacto ambiental seja maior, o impacto humano estaria amenizado.
Urbanização
Ela registra ainda que uma resolução do Comar (Comando Aéreo Regional) limita o processo de verticalização de Teresina a 11 andares a altura dos prédios na capital por conta da localização do atual aeroporto. A resolução estabelece em 45 metros a altura máxima dos prédios construídos em um raio de cinco quilômetros do aeroporto Petrônio Portela.
“A resolução prejudica a verticalização da cidade impedindo o seu desenvolvimento e possibilitando o desmatamento de áreas verdes na zona urbana, que já escassa, para construção de obras horizontais. A construção na zona rural, que ainda tem muita área verde, sofreria uma baixa, mas pouparia a vida das famílias que correm risco de serem despejadas”, finalizou.