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'Me senti Gabriela no Piauí, senti uma coisa boa ', diz Juliana Paes

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Quando se pensa em Gabriela, personagem criada por Jorge Amado no livro “Gabriela cravo e canela” de 1958, impossível não associá-la àquela mulher sensual, livre e fogosa encarnada por Sonia Braga na versão de 1975. Responsável por dar vida a esse ser selvagem e sem pudores na nova releitura de Walcyr Carrasco, com estreia prevista para junho, no horário das 23h, Juliana Paes garante que está mais do que preparada para as cenas tórridas que terá que encarar.


"O Walcyr tá com muita vontade de contar essa história e as cenas de sexo fazem parte dela. Quando é assim, não vejo problema algum. A nudez é bonita. E entra também o bom gosto do Maurinho (Mauro Mendonça Filho, o diretor-geral). Ele é incapaz de expor a figura feminina... Às vezes há até um certo erotismo, mas algo muito natural", analisa a atriz, contando que se sentia inspirada pelas cenas de sexo que via em “O astro”, igualmente dirigida por Mauro: - Eu via aquilo e pensava... ‘Nossa, quero chamegar também’.

Quem não fica muito satisfeito, no entanto, é Carlos Eduardo Baptista, marido da atriz. Juliana revela que o empresário morre de ciúmes ao vê-la em momentos calientes com outro ator. "Eu leio o roteiro e digo o que ele pode ver... Mas tô achando que ele não vai conseguir ver nada... "(risos).


Para dar à personagem o corpo sofrido que ela exibe - e de quebra fazer bonito em frente às câmeras - Juliana vem fazendo treinamentos de TRX, uma espécie de treino em suspensão. Ela conta, feliz, que não emagreceu. Apenas trocou gordura por massa magra.

"Não fiz grandes sacrífícios porque gosto de atividade, mas o treino foi direcionado para esse propósito. Quis deixar forte a silhueta dela porque achava que tinha tudo a ver com essa sertaneja. Uma pessoa que nem sempre tem o que comer, mas que não tem uma magreza esquálida, e sim corpo de quem pega peso" explica ela, que começou a preparação para o papel logo após o Natal.



Porém, apesar dos cabelos malcuidados, das sobrancelhas por fazer e das unhas sem trato, Juliana revela que só se sentiu Gabriela mesmo quando já estava gravando no sertão do Piauí. A percepção, ela conta, veio durante uma cena difícil e cansativa.

"A gente estava andando, eu puxava um jegue que estava cansado, a bolsa pesava... Ali, no meio daquilo tudo, senti uma coisa boa ", relembra ela, que afirma ter internalizado o jeito brejeiro de Gabriela aos poucos: - O trabalho do ator não é rápido. É um dia que você acorda e pensa em algo, uma louça que você lava e imagina como a personagem lavaria.

Fora a caracterização visual, a atriz teve aulas de prosódia, de expressão corporal, de História, e de culinária baiana. E, embora as comparações com Sônia Braga sejam inevitáveis, ela jura que não se importa com as más línguas. Muito pelo contrário. Juliana comenta que até chegou a se incomodar com algumas críticas que leu sobre ser velha demais para o papel - ela tem 33 anos e Sônia tinha 25 - mas sempre se sentiu acolhida pela equipe da trama.

- E odeio me fazer de vítima. E sei que mexer com Gabriela é o mesmo que mexer com Nossa Senhora, é algo sagrado e qualquer coisa vai suscitar desconfiança. A gente está sendo fiel à mulher selvagem, de fala rude e vasta cabeleira que Jorge Amado descreveu no livro e que foi retratada na primeira versão. Mas eu sou outra pessoa e Jorge nunca disse a idade dessa mulher, até porque ela não foi registrada. A gente está em 2012... Os tempos são outros e as referências que algumas pessoas têm dela são muito superficiais - avalia Juliana, enquanto levanta uma discussão. Para a atriz, a discussão sobre idade é banal.

- Fica todo mundo querendo entrar numa forma de “Barbie”, com aquele corpo e aquele rosto que não envelhecem. É algo muito sério... e depois as pessoas ainda se perguntam por que as meninas começam a tomar remédios para emagrecer com 16 anos - reflete.
Contudo, ela admite que é, sim, vaidosa. E que, na sua opinião, gostar de tendências de moda não “desmerece ninguém”.

- Curto ver revista, saber o que está por dentro. Não faço essa linha cool, do “sou ator e não ligo para essas coisas”. Saber sobre moda não deixa ninguém fútil. E gosto dela tanto quanto de ler um bom livro.


Fonte: Globo
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