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Fotógrafos imortalizam lembranças do passado de Teresina

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Durante muitas décadas, Teresina teve seu lado romântico e social registrados pelas lentes de dois grandes nomes da fotografia: Guilherme Müller e Totó Barbosa. Cenas hoje imortalizadas ficaram na lembrança dos contemporâneos desses gênios e são fonte de revisitação de um passado saudoso.


Guilherme Müller é lembrado por ter retratado a Teresina mais romântica. O paraense chegou a Teresina na década de 40 para trabalhar na imprensa oficial. Mas era apaixonado pela fotografia e imortalizou uma Teresina tranquila. 

Ele gostava de fazer fotos da Avenida Frei Serafim, igreja São Benedito e o prédio do DER, construído na década de 1960. Guilherme foi clicado ao lado do Papa João Paulo II, na visita em 1980. É de Guilherme Müller a foto histórica do dirigível apelidado de Zepelin, que passou em Teresina. O velho müller trabalhou até os 70 anos e morreu em 1984, aos 82 anos.

O filho e herdeiro do dom da fotografia, Aureliano Müller conta sobre as dificuldades do pai para revelar as fotografias, por conta da péssima qualidade da água da capital. "Naquela época a água era muito barrenta e não podia ter interrupção o processo de revelação das fotos. Vi muito meu pai pegando as fotos e indo de jipe lavá-las no rio Parnaíba", contou.

Guilherme fotografou por mais de 40 anos, inclusive eventos sociais como casamentos e batizados. Ele foi o primeiro a fazer foto aérea na capital. 


Já Totó é lembrado pelos filhos como um pai amoroso, que gostava de música e usava a fotografia para agradar as pessoas. Na década de 30, aos 15 anos, já ganhava a vida com a arte da fotografia. Segundo o filho de Totó, Anselmo Miranda, ele era um exímio retocador e usava recursos para melhorar as fotografias, os mesmos hoje disponíveis no Photoshop.

"Papai era um artista por ter feito a arte da fotografia transpor o sentimento das pessoas. Ele fazia o tal do Photoshop a lápis, ponta de pincel e tinta, fazendo com que as pessoas ficassem com o ego lá em cima", disse.


Totó fotografou as visitas de Luiz Gonzaga em 1960, do presidente João Gular e do trio de craques Didi, Garrincha e Nilton Santos, além de cenas do aeroporto e seus primeiros voos. Foi violonista e atuou 14 anos como vereador. Totó gostava de música. Foi seresteiro nas rádios Difusora, Clube, Poti e Pioneira

A filha, cantora Luíza Miranda, lembra que Totó ninava os filhos ao som de clásicos da MPB. "Papai costumava se reunir com os amigos da Pioneira aqui em casa e nós fomos criados vendo isso", comentou.


Totó morreu em 2010, aos 90 anos, e trabalhou até poucos dias antes.

O fotógrafo Luciano Klaus produziu um documentário sobre Totó, com imagens do fotógrafo em casa, cantando a música preferida "A noite do meu bem", de Dolores Duran, debaixo do pé de umbu, onde costumava fazer as rodas de música. 

Nadja Rodrigues (TV Cidade Verde)
Leilane Nunes (da Redação)

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